Freixo de Numão (Estação) - Portugal
Europa
Les plus beaux villages de França
França –
Espanha - Portugal
Foto Reportagem
Fotos sequencialmente obtidas num percurso turístico por
"Les plus beaux villages de France" que abrangeu as regiões Francesas
de Poitou-Charentes, Limousin, Auvergne, Rhône-Alpes, Franche-Comté, Bourgogne,
Centre, Pays de la Loire, Bretagne, Basse-Normandie, Haute-Normandie,
Íle-de-France, Picardie, Nord – Pas de Calais, Champagne-Ardene, Lorraine,
Alsace, entre 6 de Junho e 3 de Agosto de 2010.
FRANÇA (Auvergne). FRANÇA (Génelarde, Chabannais, Labenne) - ESPANHA
(Palência) - PORTUGAL (Freixo de Numão, Foz Coa - Museu, Marialva)
As fotos, cuja ordem corresponde à sequência do encontro, podem ser vistas AQUI.
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Freixo de Numão
Freixo
de Numão é
uma freguesia portuguesa do concelho de Vila Nova de Foz Côa, com 47,42 km² de
área e 502 habitantes (2011). Densidade: 10,6 hab/km².
História
São muito
antigos os vestígios da ocupação humana na área e termo da freguesia de Freixo
de Numão. Investigações arqueológicas que se têm levado a efeito desde 1980,
têm posto à luz do dia vestígios milenares. No Castelo Velho, (localizado na
estrada de Santo Amaro, por cima das Ameixoeiras e Vale da Rata), escavações
têm permitido um estudo aprofundado da ocupação, fauna e flora da região. Há
cerca de cinco mil anos um grupo de pessoas ali construiu um castelo, com duas
linhas de muralhas e uma torre central. Pode-se falar de um povoado fortificado
do Calcolítico (Idade do Cobre), onde estariam alojadas cerca de 40 pessoas!
Depois de um provável abandono, em data não determinada, volta a ser ocupado no
2º. milénio antes de Cristo, em plena Idade do Bronze. As cerâmicas decoradas
com cordões e mamilos, características destes povos, são abundantes neste nível
de ocupação. As casas seriam de madeira revestida com barro e cobertura de
colmo, localizadas encostadas às muralhas, até para abrigo dos ventos fortes que
ali se fazem sentir todo o ano.
A investigadora
Professora Drª. Suzana Oliveira Jorge tem uma vasta equipa a trabalhar nos
diversos domínios da investigação, prevendo-se a apresentação de conclusões
bastante detalhadas sobre o lugar.
Do mesmo período
serão as ocupações no Monte de Santa Eufêmia, que funcionaria como Atalaia no
Calcolítico e no Bronze; os abrigos pré-históricos do Vale Ferreiro, o Alto dos
Barreiros, (por cima da Capela de Nossa Senhora da Carvalha).
Desconhece-se,
até ao momento, o início da ocupação na área que hoje constitui o núcleo urbano
que se chama freguesia de Freixo de Numão. No entanto, possuímos já materiais e
datações de carvões pelo método do Carbono 14 que apontam para uma grande
ocupação durante a Idade do ferro (1º. milénio antes de Cristo).
Materiais do
Ferro têm sido provenientes da zona da Casa Grande e da zona do Castelo. Outros
estudos estão previstos dentro da área urbana de Freixo de Numão, com o fim de
obter novas datações.
Os soldados de
Roma devem ter chegado e facilmente dominado os povos autóctones. A freguesia
de Freixo de Numão, em toda a denominada área antiga, que é delimitada pela
Casa Grande e Devesa, Paçal, Carrascal, Castelo, Açougue, Lages e mesmo Cabo
Lugar, possui vestígios de uma provável Civitas Romana, uma provável Fraxinum
ignorada pelos investigadores, adormecida pelos ventos da história.
Escavações
arqueológicas nas zonas da Casa Grande, Adro da Igreja, Largo de S. João, bem
como o acompanhamento da rede de esgotos da freguesia, permitiram-nos delimitar
a zona de interesse arqueológico.
A Igreja Matriz
deve ter sido, entre os séculos I e V depois de Cristo, um templo Romano. Uma
ara votiva, muita pedra de aparelho e um cipo funerário em mármore, recolhidos
na própria Igreja ou área envolvente, certificam-nos tal.
São às dezenas
os lugares com vestígios da ocupação Romana no termo da freguesia de Freixo de
Numão, uns simples Casais (casas de campo) outros importantes villas onde a
actividade agrícola e mineira sobressaem. Lagaretas e lagares já inventariados
certificam-nos a importância do vinho nos primeiros séculos da nossa era, nesta
região. Escavações arqueológicas no Zimbro II, Salgueiro (oficina de canteiro
ligada a exploração do granito branco), Rumansil, Colodreira e Prazo, tem
permitido reconstruir um pouco do Rural Romano nas terras quentes do Douro.
Desconhece-se
qualquer vestígio de ocupação dos denominados povos bárbaros (Suevos,
Visigodos, Árabes). Se não nos restam materiais, muito menos a toponímia e,
dai, uma provável não dominação destas terras por esses povos.
No século XII,
em plena Reconquista, Numão e o seu Castelo ganharam proeminência a daí a
subjugação de uma grande área do actual concelho de Vila Nova de Foz Côa ao
Senhor de Numão. No entanto, entre os séculos XIII a XIV vai Numão perdendo o
domínio sobre algumas terras, o que veio a acontecer com Horta, Touça a Freixo
de Numão (por vezes citada apenas como S. Pedro de Freixo). Estas terras vieram
a ser autónomas, com jurisdição própria.
Primeiro o
município de Numão renunciou, a favor da Coroa, o padroado da Igreja de S.
Pedro de Fraxino. Este acto foi sancionado pelo bispo de Lamego, D. Vasco, em 5
de Janeiro de 1302.
Posteriormente,
em 12 de Março de 1372, Freixo de Numão obtém a categoria de vila.
D. Fernando, na
carta de outorgamento, declara que a rogo de Fernando Afonso de Zamora, Senhor
de Valença, a quem doara o lugar, e «querendo fazer graça e mercê aos moradores
e vizinhos de Freixo de Numão» houve por bem fazer «de vila que era termo da
dita vila de Numão», com jurisdição própria, como qualquer vila ou castelo não
sujeitos a outro lugar.
Dos
acontecimentos ocorridos ao longo do século XVI, destacam-se a construção de
uma capela dedicada ao Divino Espírito Santo, culto que supomos ser raro na
região, e a anexação da Igreja à Universidade de Coimbra, através de uma Bula
datada do 14 do Março de 1583. Assim, as rendas da Igreja freixiense e das suas
anexas passaram a reverter para os cofres universitários.
Nos princípios do
século XVI era já Freixo de Numão a terra mais populosa da região, para isso
tendo contribuído, certamente, uma grande fixação de famílias judaicas vindas
da Espanha recém-unificada pela acção dos Reis Católicos (Fernando e Isabel).
Esse crescimento populacional veio permitir uma reanimação que apenas havia
tido paralelo durante o período de ocupação romana (como demonstram os
materiais exumados em escavações já realizadas).
Os detentores
dos cargos públicos e políticos da época foram, aos poucos, trocando a
agressividade do morro de Numão pelo planalto de Freixo de Numão. Pelo menos em
1601 tinha já esta localidade Tribunal (conforme o demonstra a inscrição que
ainda ali se encontra), se bem que a transferência do Juiz de Fora de Numão
para Freixo se venha a verificar apenas na segunda metade do século XVII.
Entre os Séculos
XVII e XVIII encheu-se Freixo de belas casas apalaçadas, construíram-se
Capelas, reconstruiu-se a Igreja e a Ermida de Nossa Senhora da Carvalha, a
casa da Câmara (nova) e o Pelourinho, entre outras iniciativas como construção
de fontes, caminhos e pontões.
Em 1836, pela
reforma liberal, vê acrescentada a área do concelho com a extinção pura e
simples dos concelhos de Cedovim, Sebadelhe e Touça. O concelho de Horta já
havia sido anexado em 22 de Junho de 1682.
Ate 1853 é
concelho com 11 freguesias. Por decreto de 31 de Dezembro desse ano, é extinto
o concelho de Freixo de Numão e integrado, com todas as suas freguesias, no
concelho do Vila Nova de Foz Côa.
…era o CANTO DO CISNE!
Foi decaindo e
apenas estrebuchando com iniciativas dos Maçónicos e Republicanos locais, casos
da Família Castro Mesquita e Meneses, e Família Vasconcelos. Durante o Estado
Novo vê criarem-se alguns serviços como Posto Médico, Casa do Povo, Posto da
Guarda Nacional Republicana, Delegação da Casa do Douro, Adega Cooperativa,
construção do edifício da Escola Primária, cobertura do ribeiro da Devesa,
ligação das águas da Carvalha, ligação com a estação de Freixo, energia
eléctrica, entre outros benefícios.
Após o 25 de
Abril novo surto de progresso se fez sentir ao nível de melhoria de serviços e
criação de outros.
A ACDR local tem
desenvolvido uma acção importante do domínio da Defesa, Preservação e
Divulgação do vasto e rico Património Arquitectónico e Arqueológico da
Freguesia e mesmo da região.
Foi sede de
concelho entre 1372 e 1855.
Era constituído pelas freguesias de Custóias,
Freixo de Numão, Horta, Mós, Murça, Numão, Vale de Boi, Sebadelhe e Seixas. Em 1836 foram-lhe
anexadas as freguesias de Cedovim e Touça. Tinha 2 750 habitantes em 1801 e 4 519 em 1849.
ACDR de Freixo de Numão
Até ao ano de
1980 toda a actividade Cultural e Desportiva passava pela Casa do Povo de
Freixo de Numão e pelo Grupo Desportivo (Até 1980, equipa de futebol chamava -
se Grupo Desportivo de Freixo de Numão). A própria Banda Musical estava ligada
à citada Casa do Povo.
Em 19 de Maio de
1980 é criada, por escritura pública, a Associação Cultural Desportiva e
Recreativa de Freixo de Numão (mais conhecida pela a.C.D.R.). Ao longo de mais
de vinte anos a sua acção é tão vasta que se pode considerar o motor de toda a
dinâmica do Turismo Cultural da região.
Construiu um
Estádio, um Centro de Juventude (com serviço de refeições e alojamentos), um
Polidesportivo, uma área de Autocaravanas.
Recupera um solar do século XVIII e transforma-o em Museu. Adquire terrenos de
valor arqueológico. Recupera cerca de 100 fachadas de habitações no centro
histórico da Vila de Freixo de Numão. Mantém uma actividade desportiva
permanente, actividades sazonais de preservação de tradições, cria e mantém uma
feira de artesanato e produtos regionais (EXPO-RURAL), cria em 1982 e ainda
mantém um mensário regionalista com a denominação de NOTICIAS DE FREIXO DE
NUMÃO.
No ano de 1996
abre ao público um Circuito Turístico - Arqueológico, Posto de Turismo e o
Museu da Casa Grande (de Arqueologia e Etnografia).
Também a partir
desse ano, dá-se o apoio a grupos de escolas que visitam o Vale do Côa,
complementando com visitas a Freixo de Numão, alimentação e alojamentos.
Festas e romarias
No 1º Domingo do
mês de Setembro celebra-se a festa anual em honra de Nossa Senhora da Carvalha.
Património
Transportes
Comboio
A poucos
quilómetros da localidade, passa a histórica Linha do douro, que permite a ligação da freguesia com o
resto do país. Em tempos servia também de ligação a Espanha. Partilha a estação com a freguesia vizinha
de Mós do Douro.
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