Imagem obtida em “Inovação Tecnológica”
DESVENTURAS DE UM AUTOCARAVANISTA
(Peça em 3 Actos - Baseada em factos reais)
ACTO 3
O BURACO
No dia 24 de Julho, como descrito no 2º Acto das “Desventuras de um Autocaravanista” (ver AQUI), foi entregue na “FIAT” em Alfragide (Amadora)“ a autocaravana rebocada pela “Florival & Marreiros Reboques”.
O tipo de avaria que obrigou ao reboque para a “FIAT” em Alfragide (Amadora)“ encontra-se referenciada no 1º Acto desta história em 3 Actos (ver AQUI).
Ao constatar que a autocaravana estava a entrar na “FIAT” em Alfragide (Amadora), não porque me o tivessem comunicado, mas porque tenho um dispositivo instalado no veículo que me informa permanentemente da localização do mesmo, dirigi-me à oficina ainda a tempo de ver o veículo que procedeu transporte da autocaravana a sair das instalações.
Depois de nas instalações da FIAT me ter identificado, dirigi-me ao local onde a autocaravana se encontrava, acompanhado de um trabalhador com funções de recepcionista, e deparei-me com duas perfurações na carroçaria, com dimensões equivalentes a duas moedas de 2€, situadas no lado esquerdo do veículo, mais ou menos junto da janela da cozinha do habitáculo e que não existiam à data da entrega do veículo à guarda da “Florival & Marreiros Reboques” no dia 17 de Julho em Vila Nova de milfontes.
Surpreendido contactei a Companhia de Seguros Tranquilidade, nesse mesmo dia 24 de Julho, tendo-me sido sugerido que, primeiramente, informasse a “Florival & Marreiros Reboques”, o que fiz de imediato explicando telefonicamente o sucedido.
Para dar andamento à minha reclamação, esclareceram-me na “Florival & Marreiros Reboques”, teria que fazer uma exposição por escrito e remetê-la via e-mail, o que fiz neste mesmo dia, e acompanhada de fotos da autocaravana, antes de 17 de Julho (data do reboque) e depois de 24 de Julho (data da entrega na oficina da FIAT).
Entre o dia 24 de Julho e o dia 1 de Agosto não recebo qualquer resposta “Florival & Marreiros Reboques” pelo que insisti junto dessa firma, por e-mail, que me informasse o ponto da situação sobre a reclamação que tinha feito 7 dias antes. Continuando, mesmo assim, a não obter qualquer resposta, voltei, no dia 8 de Agosto, a solicitar à “Florival & Marreiros Reboques” uma resposta à minha reclamação.
No dia 14 de Agosto, concluí que a a “Florival & Marreiros Reboques” não pretendia responder à minha reclamação e, consequentemente, envio uma carta, por e-mail, à Companhia de Seguros Tranquilidade, expondo a situação, referindo o dano causado pela firma responsável pelo reboque e esclarecendo que não tinha obtido qualquer resposta dessa firma não obstante diversas insistências.
A 4 de Setembro, sem obter qualquer resposta, já da “Florival & Marreiros Reboques”, já da Companhia de Seguros Tranquilidade, decidi informar a “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA” e a “Castela & Veludo – Mediador de Seguros” devido a ambos serem parte integrante de um protocolo que existe com a Companhia de Seguros Tranquilidade.
A “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA” respondeu-me de imediato, nesse mesmo dia, informando que iriam contactar o “Castela & Veludo – Mediador de Seguros”. A “Castela & Veludo – Mediador de Seguros” teve igual rapidez na resposta e informou-me que iriam contactar a Companhia de Seguros Tranquilidade e o prestador de assistência em viagem “Europ Assistance”.
No dia 13 de Setembro a “Europ Assistence Portugal” contactou-me por e-mail esclarecendo que continuam a analisar o caso e que “de forma a acelerarmos a gestão do processo, ainda que sem qualquer garantia de responsabilidade imediata, solicitamos que nos seja facultado um orçamento de reparação”. Não obstante ter ficado surpreendido com a necessidade de um orçamento prévio ao reconhecimento ao meu direito a uma reparação, nada disse. Não deixei, no entanto, de informar a “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA” e a “Castela & Veludo – Mediador de Seguros”. Note-se que a partir deste momento toda a correspondência trocada sobre esta matéria passou a ser também do conhecimento da “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA” e da “Castela & Veludo – Mediador de Seguros”.
Solicitei à firma “TecnoCamper – Detalhes Nómadas, Lda” um orçamento verbal tendo sido esclarecido que a reparação não deveria ser superior a 100€, tendo disso dado conhecimento imediato à “Europ Assistence Portugal”.
Ainda no dia 13 de Setembro a “Europ Assistence Portugal” voltou a contactar-me solicitando cópia do documento de transporte, tanto no acto de carga como de descarga da autocaravana o que fiz, mas só relativamente ao documento de transporte passado no acto de carregamento. O documento de transporte no acto da descarga não tinha ficado em meu poder.
E, “cale-se tudo o que a antiga musa canta”, porquanto, no dia 14 de Setembro. a “Europ Assistence Portugal” veio considerar que não podia imputar qualquer responsabilidade à “Florival & Marreiros Reboques”.
Escreveu a “Europ Assistence Portugal”:
“Tivemos oportunidade de analisar o caso e solicitar esclarecimentos ao prestador visado, que nos transmitiu o seguinte:
“A viatura apresentava bastantes danos ligeiro de carroceria, chapa, pintura e revestimentos plásticos e marcas de uso próprios da idade. No entanto no estado descritivo estão assinalados danos na lateral esquerda da viatura (ver anexo ED).”
Solicitámos cópia do estado descritivo de carga, que lhe foi entregue no serviço inicial, por forma a compararmos o mesmo com o documento final (igualmente em anexo).
Através do mesmo concluímos o registo de danos naquela zona, nomeadamente próximo à janela, pelo que tudo aponta tratar-se de um dano pré-existente. Para além disso, o dano em causa não tem nexo causal nas habituais manobras de carga/descarga. Por último, não existe registo de qualquer dano adicional na descarga na oficina.
Pelo exposto, embora lamentando o sucedido, não estamos em posição de imputar responsabilidades ao prestador visado.”
Perante esta desobrigação de responsabilidade requeri que reavaliassem o assunto enviando a seguinte carta:
“Relativamente às Vossas considerações transmitidas por correio electrónico de 14 de Setembro de 2023 permito-me dizer:
1 – É estranho, preocupante e até alegadamente comprometedor que a transportadora se tenha remetido ao silêncio durante mais de 2 meses não obstante diversas insistências por uma resposta.
2 – É incompreensível que a transportadora não tenha apresentado fotos que foram tiradas pelo condutor do veículo no acto do carregamento pois constituiriam uma prova mais credível ao invés de se assinalar de forma indefinida alegados danos.
3 – Não compreendo que não levem em consideração as fotos que vos remeti e que mostram exactamente o estado do painel lateral esquerdo.
4 – Contrariamente ao que afirmam, o dano por mim denunciado não era pré-existente, como o comprovam as fotos e o podem comprovar testemunhas no local da carga, tanto no dia em que a autocaravana foi entregue ao cuidado da transportadora, como no dia seguinte em que a mesma só então foi efectivamente transportada.
Testemunhas:
(Seguia-se o nome de 5 testemunhas)
5 – Perante a Vossa resposta já não está em causa o valor do custo de reparação do dano (100,00€) mas a injustiça que se avizinha.
Pelo exposto agradeço que revejam a Vossa posição”
Ignoro se foi esta carta que escrevi ou as eventuais intervenções da “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA” e da “Castela & Veludo – Mediador de Seguros” que motivaram a alteração de posição da “Europ Assistence Portugal” que por e-mail de 21 de Setembro acabou por assumir a regularização do dano.
Quase 2 meses depois de iniciado este processo de regularização de um dano produzido no decorrer de um reboque, independentemente do valor do mesmo, foi, . finalmente, reconhecida a justeza da reclamação.
E se a “Europ Assistence Portugal” não tivesse assumido a responsabilidade? Teria eu parado? Não! Iria seguir por outros caminhos até à reposição dos danos.
Se decidi dar a conhecer toda esta história deve-se a que, no futuro, eventuais lesados não desistam facilmente de lutar por justiça. Como diria um amigo meu: “O NÃO, está garantido e Só perde quem desiste de lutar”
A história acaba aqui.
Talvez se justifique um “epílogo”...
… talvez brevemente num Facebook próximo de si
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