Mosteiro da Arrábida (Setúbal) |
ASSOCIAÇÃO AUTOCARAVANISTA DE PORTUGAL
Encontro em Setúbal
Foto Reportagem
Num Encontro
Autocaravanista em Setúbal, a 6 e 7 de Abril de 2013, foram captadas 81 fotos.
As fotos, cuja ordem corresponde à sequência do encontro, podem ser vistas AQUI.
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“Setúbal é uma cidade portuguesa, capital do distrito de Setúbal, na região de Lisboa e sub-região da Península de Setúbal, com cerca de 121 185 habitantes . Eclesiasticamente é, desde 1975, cabeça de diocese.
Setúbal
já existia desde o tempo dos romanos (sendo na época uma aldeia) tendo a cidade vizinha
Palmela sido conquistada por Afonso
Henriques em 1147. Nos descobrimentos tornou-se um grande porto.
A cidade
está situada 32 km a sudeste de Lisboa, na margem norte da foz do rio Sado, e é ladeada a Oeste pela serra da Arrábida. A área urbanizada é de
aproximadamente 10 km².
Setúbal é
sede de um concelho de 170,57 km² de área e 124 555 habitantes (2008),
subdividido em 8 freguesias. O município é limitado a Norte e
Leste pelo município de Palmela, a Oeste por Sesimbra e, a Sul, o estuário
do Sado liga-o aos municípios de Alcácer do Sal e Grândola. A península de Troia situa-se em frente da cidade, no litoral do Oceano Atlântico.
A cidade
possui imensos bairros, destacando-se entre os mais tradicionais o bairro do
Troino, as Fontainhas, o Bairro Santos Nicolau e a Fonte Nova, zonas onde vivia
grande parte da comunidade de pescadores. As Fontainhas começaram a ser
povoadas por volta do século XVII, sobretudo por pessoas oriundas
da zona de Aveiro. Depois da construção da Avenida Luísa Todi foi necessária a criação de uma nova doca. A zona é
composta por inúmeras travessas, poços e, ao contrário da do Troino, é bastante
inclinada. O Museu do Trabalho Michel Giacometti situa-se nesta zona da cidade,
perto do miradouro das Fontainhas.
O bairro
Salgado era a zona onde, por tradição, vivia a classe burguesa no século
XIX, pois este bairro
fica bastante próximo do centro da cidade, onde se desenvolve grande parte do
comércio. Actualmente, neste bairro encontram-se alguns estabelecimentos
ligados à área da saúde, assim como a principal estação rodoviária da cidade.
A zona da
Saboaria, assim como a zona das Fontainhas foram, durante o século XX, locais de grande concentração
industrial. As fábricas de conservas de peixe de Setúbal eram nacionalmente
reconhecidas, tendo-se verificado nos últimos anos alguns esforços de
reactivação desta actividade na cidade, a qual atraiu diversos trabalhadores do Alentejo e Algarve durante o seu período de maior
dinamismo.
Actualmente,
na zona da Saboaria encontram-se instalados diversos restaurantes, com uma
oferta gastronómica algo variada. Também nesta zona, situam-se a maioria dos
clubes nocturnos e bares da cidade, assim como tem sido feito um esforço de
revitalização urbana por parte de empreiteiros e da própria câmara municipal. Entre os projectos já realizados
destacam-se o Programa Pólis, que veio reorganizar a Avenida Luísa Todi, a
construção da zona residencial da Quinta da Saboaria e o Parque Urbano de
Albarquel. Para breve, espera-se a deslocalização dos barcos rebocadores e a
demolição de alguns edifícios velhos de fábricas para se dar início à
construção da Praia da Saúde.
Para
finalizar, existe ainda um sem-número de outros bairros que merecem atenção
social, política e cultural. Entre eles poderemos enunciar os bairros da
Camarinha, Casal das Figueiras, Fonte Nova, Liceu, Viso, Peixe Frito, Santa Maria da Graça, etc.
Desconhece-se a origem do topónimo 'Setúbal'. No
entanto existe a tese de que o nome da cidade resultou da cisão de dois nomes
bíblicos: Seth (3º filho de Adão) e Tubal (neto de Noé). A tese parece ser da
autoria do historiador da época filipina Frei Bernardo de Brito. O topónimo já existe em 'Cetóbriga' (Cetoba ou Cetobra + designação celta briga para povoação). A
exemplo de outras cidades ibéricas e do sul da Europa, o topónimo
'Setúbal' pode estar relacionado com o topónimo do rio (Sado ou Sadão) que
banha a povoação, referido pelo geógrafo árabe Edrisi (Muhammad Al-Idrisi), como denominar-se Xetubre (sendo
esta a tese do Prof. José Hermano Saraiva). Também o nome
vem referido como uma das nações estrangeiras, identificada na História dos
Hebreus de Flávio Josefo com os iberos , teria dado origem à cidade . Seja como for,
o topónimo ‘Setúbal’ e a cidade perdem-se no rasto dos tempos.
Setúbal
nasceu do rio e do mar. Os registos de ocupação humana no território do
concelho remontam à pré-história, tendo sido recolhidos, em vários
locais, numerosos vestígios desde o Neolítico. Foi visitada por fenícios, gregos e cartagineses, que vinham à Ibéria em procura do sal e do estanho,
nomeadamente a Alcácer
do Sal, sendo então o
rio navegável até esta povoação.
Aquando
da ocupação romana, Setúbal experimentou um enorme
desenvolvimento. Os romanos instalaram na povoação fábricas de salga de peixe e
fornos para cerâmica que desenvolveram igualmente.
A queda do império romano, as invasões bárbaras, a constante pirataria de
cabotagem causaram uma estagnação, senão mesmo desaparecimento da povoação
entre os séculos VI e XII. Nomeadamente neste último século, não existem
quaisquer registos da povoação, ‘entalada’ entre a Palmela cristã e a Alcácer do Sal árabe.
Alcácer
do Sal foi conquistada pelos cristãos em 1217, tendo a povoação de Setúbal sido incorporada e
passado a beneficiar da protecção da Ordem
de Santiago, momento
a partir do qual voltou a prosperar.
Em Março
de 1249, Setúbal recebeu foral , concedido pela Ordem de Santiago, senhora desta
região, e subscrito por D. Paio
Peres Correia, Mestre
da Ordem de Santiago, e por Gonçalo Peres, comendador de Mértola.
Durante
os vários séculos de apagamento da povoação de Setúbal, Palmela e Alcácer do
Sal cresceram em habitantes e importância militar, económica e geográfica,
fazendo sucessivas incursões no termo de Setúbal, ocupando-o.
Na
primeira metade do século XIV a povoação de Setúbal, com uma extensão
territorial relativamente diminuta, teve de afirmar-se, lutando com os concelhos vizinhos de Palmela e de Alcácer do Sal, já então
constituídos, iniciando-se uma contenda entre vizinhos que termina pelo acordo
de demarcação de termo próprio em 1343 (reinado de D.
Afonso IV), tendo
sido construída uma rede de muralhas, que deixam de fora os arrabaldes do
Troino e Palhais (bairros antigos).
No século
que se seguiu, a realeza e a nobreza de então fixaram residência sazonal em Setúbal. A época
dos descobrimentos e conquistas em África trouxe a Setúbal um grande
desenvolvimento, tendo D.
Afonso V e o seu exército, em 1458, partido
do porto de Setúbal à conquista de Alcácer
Ceguer. Ao longo do
século XV, a vila desenvolveu diversas actividades económicas, ligadas
sobretudo à indústria naval e ao comércio marítimo, tirando rendimentos
elevados com os direitos cobrados pela entrada no porto.”
É dos finais do século XV, princípios do século XVI, período
de franco desenvolvimento nacional, que data a construção do Convento de Jesus e
da sua Igreja, fundado por Dª Justa
Rodrigues Pereira para
albergar a Ordem franciscana feminina de Santa Clara, sendo, muito
provavelmente, obra arquitectónica do Mestre Diogo Boitaca, o mesmo que se ocupou
do Mosteiro
dos Jerónimos.
É igualmente no reinado de D. João II (que tinha Setúbal como cidade
predilecta) que se iniciou a construção da Praça do Sapal (hoje Praça de Bocage, ex-líbris da
cidade), e a construção de um aqueduto, em 1487, que conduzia a água à vila,
obras que foram posteriormente terminadas ou ampliadas por D. Manuel I. Este monarca reformou o
foral da vila, em 1514, devido ao progresso e aumento demográfico
que Setúbal registara ao longo do último século.
O título de "notável villa" é concedido, em 1525, por D. João III. Foi este título que
proporcionou a criação, em 1553, por carta do arcebispo de Lisboa, D. Fernando,
de duas novas freguesias, a de São Sebastião e a da Anunciada, que se juntaram
às já existentes de São Julião e de Santa Maria.
Em 1580,
a vila tomou posição por D. António Prior do Crato, contra a
eventual ocupação do trono português por Filipe II de Espanha. Foi então
cercada por tropas espanholas do Duque
de Alba, sendo esta localidade dois anos depois visitada por Filipe II,
o qual deu ordem de construção do Forte de São Filipe (uma
obra de Filippo
Terzi).
No século XVII, Setúbal atingiu o seu auge de prosperidade
quando o sal assumiu um papel preponderante como moeda de troca e retribuição
da ajuda militar ao apoio fornecido pelos estados europeus a Portugal durante e
após as guerras da Restauração da
Independência. Em resposta a este incremento, foram construídas após 1640 as novas muralhas de Setúbal,
que incluíram novas áreas como a do Troino e Palhais.
Esta prosperidade foi interrompida com o terramoto de 1755, a que se
associaram a fúria do mar e do fogo. Foram grandemente afectadas as freguesias
de São Julião e Anunciada.
Apenas no Século XIX, Setúbal conheceu o incremento que
perdera. Em 1860 chegou
o caminho-de-ferro,
iniciaram-se também as obras de aterro sobre o rio e a construção da Avenida
Luísa Todi. É neste século que teve início a laboração das primeiras fábricas
de conservas de sardinha em azeite e, em paralelo, ganharam fama as laranjas e
o moscatel de Setúbal. Ainda em 19 de Abril de 1860 foi elevada a cidade por D. Pedro V.
O florescimento de Setúbal durante o século XX, reflecte-se
na criação de novos espaços urbanísticos: crescimento da Avenida Luísa Todi,
parte da Avenida dos Combatentes e criação dos Bairros Salgado, Monarquina, de
São Nicolau, da Conceição, Carmona, do Liceu e Montalvão e no desenvolvimento
das indústrias das conservas, dos adubos, dos cimentos, da pasta de papel,
naval e metalomecânica pesada.
Setúbal foi elevada, em 1926, a sede de distrito e, em 1975, a sede de diocese.
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