A redondilha na obra de Camões
Redondilha é o nome dado, a partir do século XVI,
aos versos de cinco ou sete sílabas — a chamada medida velha. Aos de cinco
sílabas dá-se o nome de redondilha menor e aos de sete sílabas, de redondilha
maior.
A redondilha foi muito utilizada pelos poetas
do Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende e por Camões.
Luís de Camões é um poeta “vivo” e actual ao ponto de ter
sido cantado por Amália Rodrigues conforme se pode escutar no vídeo abaixo
inserido.
Lianor
Descalça vai
para a fonte
Lianor, pela
verdura;
vai fermosa e
não segura.
Leva na
cabeça o pote,
o testo nas
mãos de prata,
cinta de fina
escarlata,
sainho de
chamalote;
traz a
vasquinha de cote,
mais branca
que a neve pura;
vai fermosa e
não segura.
Descobre a
touca a garganta,
cabelos de
ouro o entrançado,
fita de cor
de encarnado…
tão linda que
o mundo espanta!
chove nela
graça tanta
que dá graça
à fermosura;
vai fermosa,
e não segura.
(Luís de Camões – 1524-1580)
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