Quadro de António Tapadinhas
VISITE A MOITA
Algumas Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia estão a dar
mostras que consideram o turismo em autocaravana e o consequente
desenvolvimento local como um nicho de mercado turístico a incentivar nas respetivas
zonas de influência.
É, literalmente, o caso do Município da Moita e também da
União das Freguesias de Gaio-Rosário e Sarilhos Pequenos ao promoverem um 1º
Encontro Autocaravanista com a colaboração da “Associação Autocaravanista de
Portugal – CPA”.
Com um Programa (ver AQUI) que terá lugar nos dias 14. 15 e 16 de março
de 2014 e em condições (ver AQUI) que permitem uma participação conforme a
“crise” de cada um, este Encontro Autocaravanista deve ter o apoio dos
autocaravanistas para mobilizar a autarquia para a implementação de uma área de
Serviços para Autocaravanas.
Do “sítio” da Câmara
Municipal da Moita (ver AQUI) extraímos alguns trechos motivadores de uma
.
VISITA AO CONCELHO DA
MOITA
LOCALIZAÇÃO
A Moita é
uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Setúbal,
região de Lisboa e sub-região da Península de Setúbal, com cerca
de 17 600 habitantes e é sede de um pequeno município com
55,08 km² de área mas 66 029 habitantes (2011), subdividido em 4 freguesias.
GASTRONOMIA
É uma terra de marítimos e fragateiros cuja gastronomia está
estreitamente ligada ao Rio Tejo. Nos vários restaurantes do concelho, podem
ser provadas iguarias que fazem parte da gastronomia local e que merecem
ser apreciadas demoradamente: destaque para a Caldeirada à Fragateiro, seguida
da Massinha da Caldeirada, Ensopado de Enguias, Arroz de Marisco, Choco Frito,
Massa de Peixe, Massinha de Sapateira ou simplesmente grelhados no carvão.
ARTESANATO
De entre um vasto conjunto de atividades desenvolvidas por
artesãos do concelho, muitas das quais trazidas de outras regiões do País pelas
vagas de migrantes que aqui se instalaram (latoaria, cestaria, olaria, entre
outros), a mais emblemática do concelho da Moita é a
construção de miniaturas de barcos típicos do Tejo na União de Freguesias
do Gaio/Rosário e Sarilhos Pequenos.
Varinos, Faluas, Fragatas são habilmente reproduzidos à
escala por antigos marítimos, cuja vida cedo os empurrou para a labuta nestas
embarcações. Começaram por ser “moços”, aos nove ou dez anos, depois passaram a
“camaradas” e mais tarde a “arrais”, as três etapas possíveis desta ancestral atividade
que consistia em fazer o transporte de produtos e pessoas entre as margens Sul
e Norte do Rio Tejo. As decorações típicas não podiam deixar de embelezar estes
barcos, onde as cores garridas das tintas ilustram paisagens, cenas religiosas,
números, letras e flores.
PERCURSOS
Neste concelho que nasceu e se desenvolveu em estreita
relação com o rio Tejo, vale a pena vir à descoberta da sua zona ribeirinha. Da
Baixa da Banheira a Sarilhos Pequenos, a paisagem é diversa mas o Tejo, esse é
comum. São 20Km de margens, alternando entre as zonas verdes tratadas, sapais e
antigas salinas, cais e estaleiros navais, praia fluvial, além da animação
desportiva e cultural a cargo das associações locais e das autarquias. Também a
riqueza do património religioso e civil faz com que valha a pena uma visita
mais demorada ao Município da Moita.
FREGUESIAS
As freguesias da Moita são as seguintes: Alhos Vedros, União
das Freguesias de Baixa da Banheira e vale da Amoreira, União das Freguesias de Gaio-Rosário e Sarilhos Pequenos e Moita.
MOITA
(Freguesia)
O rio Tejo é o berço desta vila com origem num grupo de
lenhadores, carvoeiros e salineiros, que no século XIV, se fixou nesta margem.
Desde então, e até ao século XIX, as atividades ribeirinhas como a extração de
sal, o transporte de produtos e pessoas entre esta margem e a cidade de Lisboa
e a construção naval impuseram-se como a principal base de sustento económico
da população, sendo o Cais da Moita o coração da vila onde fervilhavam
novidades, chegavam e partiam carroças, embarcavam e desembarcavam gentes e
mercadorias, numa movimentação diária cadenciada apenas pelo ritmo das marés.
A malha urbana do núcleo antigo da Moita, em frente ao Cais,
estrutura-se a partir de um rua direita, paralela à margem, de onde partem
enfiamentos transversais em direção ao esteiro, ligando os mais importantes
locais: o Cais, a Igreja de Nª Sr.ª da Boa Viagem e o altar de Nª Senhora da
Piedade, todos construídos às custas dos “marítimos”.
GAIO-ROSÁRIO e SARILHOS
PEQUENOS
(União de Freguesias)
GAIO-ROSÁRIO
Habitada desde há seis mil anos, como atesta a jazida
arqueológica descoberta em 1994, a área do Gaio/Rosário pertencia, no século
XVI, à Quinta de Martim Afonso, propriedade de D. Cosmo Bernardes de Macedo,
fidalgo da Casa d’El Rei D. João III. Contudo, o seu núcleo habitacional só
viria a ter maior expressão no princípio do século XX.
Tradicionalmente relacionada com o rio desde a mais remota
origem do povoado, a população dedicou-se às atividades ribeirinhas durante
décadas, destacando-se a apanha das famosas ostras do Tejo e o transporte de
produtos entre as duas margens, cruzando o Mar da Palha. A partir dos finais da
década de 60, com o declínio das atividades ribeirinhas tradicionais, a
economia passou a depender mais do exterior.
O Gaio e o Rosário apresentam atualmente um crescimento
habitacional moderado e qualificado, bem como grandes potencialidades naturais
para o desenvolvimento do turismo ligado ao rio.
SARILHOS PEQUENOS
Em Sarilhos Pequenos, todos os pormenores têm uma história,
quase sempre relacionada com a faina no rio. Até às décadas de 60/70 do século
XX, o sustento de 90 por cento da população ativa provinha das atividades
ribeirinhas.
Daí que em algumas portas ainda seja possível ver penduradas
as tradicionais redes de pesca que impedem os insetos de entrar. As cores
garridas que continuam a ser escolhidas para as fachadas das casas também têm
uma ligação com aquela atividade: ainda não há muito tempo, aproveitavam-se as
tintas brilhantes dos barcos tradicionais para pintar as paredes exteriores.
A própria malha urbana do povoado, em forma de estrela,
servia para o proteger dos ventos marítimos. As casas foram-se reunindo num
largo central, de costas para o esteiro, a partir do qual seguem ruas e
enfiamentos em direção à borda-d’água.
Em Sarilhos Pequenos,
há ainda caminhos que acabam radicalmente em antigas salinas, em áreas de
embarque, no estaleiro naval e em portões de quintas onde trabalhavam,
sobretudo, as mulheres dos marítimos que, desta forma, participavam no sustento
da família. Quinta do Esteiro Furado (propriedade particular) é uma dessas
casas rurais que se pode observar na estrada municipal que liga esta localidade
ao Gaio, do lado direito.
LOCAIS A
VISITAR
MOITA
XI Automobilia Ibérica da Moita
15 e 16 de março de 2014 –
O “Histórico Automóvel Clube de Entre Tejo e Sado” (HACETS)
e a Câmara Municipal da Moita realizam mais uma edição da “Automobilia Ibérica”,
um evento que reúne colecionadores e admiradores de veículos clássicos, para a
aquisição e troca de equipamentos e acessórios, miniaturas e brinquedos, livros
e manuais. Paralelamente decorre no exterior o Encontro Mensal de Concentração
de Veículos Clássicos e Antigos -Especial Automobilia.
A partir das 10h. Entrada Livre.
Local: Pavilhão Municipal de Exposições
Horário: 10h-21h (Sábado); 10-19h (Domingo)
Informações: HACETS
Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Boa Viagem
Largo da Igreja, Moita
Datado de 1631, este edifício foi construído a expensas da
população para que a Virgem protegesse os marítimos e os viajantes. É composto
por uma só nave, de estilo “Chão”, despojada de elementos decorativos, fria e
funcional, típica entre o final do séc. XVI e meados do séc. XVI. Na primeira
metade do séc. XVIII, foi enriquecida com painéis de azulejos azuis e brancos,
relatando a vida da Virgem, talhas douradas em estilo nacional e tecto em
caixotão com pinturas sobre madeira.
Altar de Nossa Senhora da Piedade
Travessa de Nossa Senhora da Piedade, Moita
Segundo fontes orais, foi mandado erigir pelos marítimos que
ali iam pedir proteção antes de iniciarem as viagens. Hoje, há quem continue a
colocar velas de promessas, imagens de santos, representações de partes do
corpo em cera e rosários, entre outros objetos, para pedir intervenção divina.
O altar é composto por um conjunto de azulejos, representando a Nossa Senhora
com o filho morto nos braços, uma réplica do painel original, possivelmente do
século XVIII.
Porta Manuelina
Travessa do Alferes-Mor, Moita
Trata-se de um portal manuelino bastante simples, o único
que chegou até hoje na construção civil. As cantarias em vão, manuelinas pelo
recorte e arco conopial, são alguns dos elementos que atestam a tipologia deste
elemento que remonta aos séculos XV/XVI.
Coleção Régia
Salão Nobre dos Paços do Concelho, Praça da República, Moita
São 26 retratos dos reis de Portugal que constituem esta
série de quadros, 24 dos quais da autoria de Miguel António do Amaral, pintor e
professor de desenho do século XVIII. A encomenda foi feita pelo Mosteiro de
Alcobaça mas, com a supressão das ordens religiosas (1834), a coleção é
transferida para a Academia Real de Belas Artes de Lisboa. O ministro Fontes
Pereira de Melo acaba por ceder as telas à Câmara Municipal da Moita para
“adornar as salas dos Paços do Concelho”.
GAIO-ROSÁRIO
Capela do Rosário
Largo das Forças Armadas, Rosário
Do outro lado, os telhados da capital, as chaminés das zonas
industriais vizinhas, a base aérea do Montijo e o metal das Pontes 25 de Abril
e Vasco da Gama. Deste lado, a cadência calma do Rosário e a serenidade do rio.
É esta a paisagem a partir desta capela, mandada erigir, em 1532, por Cosme
Bernardes de Macedo, fidalgo da Casa Real. De destacar o portal manuelino, o
arco triunfal de volta perfeita, com características do mesmo estilo e os
painéis de azulejos azuis e brancos (séc. XVIII) com cenas da Senhora com o
Menino. A Capela está classificada como imóvel de interesse público.
Jazida Arqueológica do Gaio-Rosário
Gaio-Rosário
As escavações arqueológicas realizadas pelo Museu de
Arqueologia e Etnografia de Setúbal, dirigidas por António Gonzalez e Joaquina
Soares, puseram a descoberto a jazida arqueológica pré-histórica, na freguesia
do Gaio/Rosário, em Julho de 1994, sendo a primeira estação a ser identificada
no concelho.
Os trabalhos revelaram uma camada arqueológica dos inícios
do Neolítico, com cerca de seis mil anos, correspondente a uma ocupação humana
de carácter habitacional. Durante as escavações, foram recolhidos diversos
materiais: lareiras com evidente ação do fogo; uma grande densidade de
fragmentos cerâmicos decorados por incisão, impressões e motivos plásticos,
pertencentes a recipientes destinados à confeção de alimentos e armazenamento;
bem como numerosos instrumentos de sílex de pequenas dimensões, utilizados quer
como flechas e arpões, quer como objetos cortantes. Este espólio arqueológico
documenta não só a ocupação do local, como também a estabilidade do grupo
humano que aí permaneceu.
A localização deste povoado junto à margem do Tejo sugere um
tipo de economia baseado, essencialmente, na exploração dos recursos aquáticos.
Após o Neolítico Antigo, o local foi abandonado e voltou a ser utilizado como
lixeira doméstica, nos finais do século XVI ou inícios do século XVII.
SARILHOS PEQUENOS
Capela da Nossa Senhora da Graça
Sarilhos Pequenos
As Informações Paroquiais de 1758 dizem-nos o seguinte sobre
esta ermida: “Tem outra capela no meio do lugar de Sarilhos Pequenos, termo
paroquiano desta Vila; tem só um altar sem sacrário, nele S. Pedro, que é o
Patrão, Santa Catarina, S. Tiago, S. João Baptista; na tribuna, Nossa Senhora
da Graça; é administrada pelos moradores do mesmo lugar”.
A capela sofreu obras de restauro que desvirtuaram a sua
anterior traça arquitetónica. Na sequência dessas adulterações, possui uma nave
de acrescentamento moderno.
NOTA - A fonte original da notícia pode ser acedida no Fórum do CPA.
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