“A CCDR na voz do Dr. Alexandre
já mudou em muito a sua posição desde a último fórum que assisti em Santiago do
Cacem, agora é criar Parques Sazonais para os estrangeiros, (fonte de
rendimento importante para as autarquias e para os comerciantes), como o de Manta
Rota, 4,5€ dia de 15 de Setembro a 15 de Junho, depois não há nada para ninguém
pois são os Portugueses,...faz-me lembrar o tempo do início do Algarve que na
hotelaria só queriam estrangeiros, hoje se for preciso até lambem os pés aos
portugueses. Mas tb tem de haver condições para todos, pois a seguir fazem
legislação e obrigam as forças Policias a multar, e só vão multar os
Portugueses que só vão para lá fora da época baixa.”
(Texto autoria de Mário Prista, publicado grupo ESPAÇO
AUTOCARAVANISTA ALGARVIO em 2 de fevereiro de 2014)
O CCDR-Algarve alterou a sua posição? NÃO!
Ignoro qual foi a posição do Dr. Alexandre Domingues no
Fórum realizado em Santiago do Cacém porque não estive presente, mas não ignoro
o teor do estudo “Caracterização do Autocaravanismo na Região do Algarve e
Proposta para Definição de uma Estratégia de Acolhimento” da responsabilidade
da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve que em 2008
fazia parte do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do
Desenvolvimento Regional. (ver AQUI)
Muitos foram os que na época aplaudiram este estudo e muitos
duvido que o tenham lido.
É por não ignorar o que diz o estudo que não vejo em que é
que possa ser diferente da atualidade o que foi dito no Fórum de Santiago do Cacém, na medida em que os objetivos que estão muito claramente definidos nesse estudo e a estratégia, que tem vindo a ser seguida na politica autocaravanista definida para o Algarve, tem como fim os objetivos preconizados. Veja-se, para uma melhor
compreensão, o Comunicado do CPA sobre “As Quarteiras de Portugal (ver AQUI).
Na Região do Algarve as autoridades interessadas e competentes,
nada mais fazem do que criar condições para a aplicação dos propósitos contidos
no estudo e que, volto a dizer, teve na época da sua divulgação o apoio de
muitos autocaravanistas. Aliás, muitos autocaravanistas, incluindo dirigentes
associativos, só se lembram de Santa
Bárbara quando troveja, ou seja, disponibilizam-se APENAS para as festas e
não analisam as questões que irão influenciar o futuro do autocaravanismo.
Também é um facto que um elevado número de autocaravanistas recusam-se a
associar a entidades que tenham vontade politica para defender os interesses
coletivos do autocaravanismo. Onde está a tão apregoada solidariedade?
Porque a memória por vezes é curta ou a leitura de textos
não é uma vocação da maioria dos autocaravanistas não quero deixar de
equacionar mais alguns trechos do estudo do CCDR.
“Por último, o que poderia
eventualmente ser apontado como ponto primeiro destas conclusões, considera-se
que o autocaravanismo é uma modalidade, ou uma variante, do campismo e que
constitui, de certa forma, uma evolução desta modalidade, proporcionada pelo
desenvolvimento de novos veículos e equipamentos que permitem ao campista gozar
de um maior conforto, autonomia e mobilidade. Contudo, apesar desta evolução, tem-se o entendimento de que o
autocaravanismo não sai do domínio, mais geral, do campismo. Como tal
considera-se que o autocaravanismo deverá ficar afecto a espaços como os
Parques de Campismo e, em função das suas recentes dinâmicas, a espaços
concebidos e ou adaptados para o efeito. Caso se permita que o autocaravanismo
continue a proliferar nas actuais condições de generalizada e banalizada informalidade,
estar-se-á de novo, como na década de 80, perante uma nova forma de “campismo
selvagem” (Sublinhado da
minha responsabilidade)
(Texto extraído do estudo do CCDR-Algarve de 2008, a páginas 124 e 125)
O trecho acima dispensa muitos comentários e é mais que
elucidativo do que desde 2008 está programado para passar a ser a política autocaravanista a
implementar na Região do Algarve segundo o estudo em apreço. Mas será só na
Região do Algarve? Neste mesmo trecho é licito deduzir as razões pelas quais a
CCDR-Algarve e a AMAL se recusaram a subscrever uma Plataforma de Entendimento
proposta pelo CPA em 6 de fevereiro de 2012 (ver AQUI).
A diminuição da liberdade
autocaravanista, sentimento inerente ao autocaravanismo, não pode ser entendido como uma
teoria da conspiração, mas não parece ser ainda o suficiente para mobilizar os
autocaravanistas na defesa dos seus direitos, exigindo uma Plataforma de
Entendimento entre as associações, onde o direito à não discriminação negativa
seja contemplado, conforme é referido nos pensamentos de “O CERCO” (ver AQUI).
“Sensibilizar as autarquias para
a necessidade de criarem regulamentos municipais específicos para a questão do
autocaravanismo”
(Texto extraído do estudo do CCDR-Algarve de 2008, a páginas 128)
Este propósito da CCDR-Algarve de sensibilizar as autarquias deve ser apoiado, mas, obviamente, com
objetivos diferentes dos que o estudo de 2008 preconiza e conforme refere o texto intitulado “ANMP e ANAFRE não querem dialogar?” (ver AQUI).
Concluindo: A
liberdade do autocaravanismo em Portugal pode depender cada vez mais do entendimento que se
estabeleça entre as associações e do apoio efetivo e maciço dos
autocaravanistas a esta luta.
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