sábado, 26 de abril de 2014

Equívocos...




A CCDR na voz do Dr. Alexandre já mudou em muito a sua posição desde a último fórum que assisti em Santiago do Cacem, agora é criar Parques Sazonais para os estrangeiros, (fonte de rendimento importante para as autarquias e para os comerciantes), como o de Manta Rota, 4,5€ dia de 15 de Setembro a 15 de Junho, depois não há nada para ninguém pois são os Portugueses,...faz-me lembrar o tempo do início do Algarve que na hotelaria só queriam estrangeiros, hoje se for preciso até lambem os pés aos portugueses. Mas tb tem de haver condições para todos, pois a seguir fazem legislação e obrigam as forças Policias a multar, e só vão multar os Portugueses que só vão para lá fora da época baixa.

(Texto autoria de Mário Prista, publicado grupo ESPAÇO AUTOCARAVANISTA ALGARVIO em 2 de fevereiro de 2014)

O CCDR-Algarve alterou a sua posição? NÃO!

Ignoro qual foi a posição do Dr. Alexandre Domingues no Fórum realizado em Santiago do Cacém porque não estive presente, mas não ignoro o teor do estudo “Caracterização do Autocaravanismo na Região do Algarve e Proposta para Definição de uma Estratégia de Acolhimento” da responsabilidade da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve que em 2008 fazia parte do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional. (ver AQUI)

Muitos foram os que na época aplaudiram este estudo e muitos duvido que o tenham lido.

É por não ignorar o que diz o estudo que não vejo em que é que possa ser diferente da atualidade o que foi dito no Fórum de Santiago do Cacém, na medida em que os objetivos que estão muito claramente definidos nesse estudo e a estratégia, que tem vindo a ser seguida na politica autocaravanista definida para o Algarve, tem como fim os objetivos preconizados. Veja-se, para uma melhor compreensão, o Comunicado do CPA sobre “As Quarteiras de Portugal (ver AQUI).

Na Região do Algarve as autoridades interessadas e competentes, nada mais fazem do que criar condições para a aplicação dos propósitos contidos no estudo e que, volto a dizer, teve na época da sua divulgação o apoio de muitos autocaravanistas. Aliás, muitos autocaravanistas, incluindo dirigentes associativos, só se lembram de Santa Bárbara quando troveja, ou seja, disponibilizam-se APENAS para as festas e não analisam as questões que irão influenciar o futuro do autocaravanismo. Também é um facto que um elevado número de autocaravanistas recusam-se a associar a entidades que tenham vontade politica para defender os interesses coletivos do autocaravanismo. Onde está a tão apregoada solidariedade?

Porque a memória por vezes é curta ou a leitura de textos não é uma vocação da maioria dos autocaravanistas não quero deixar de equacionar mais alguns trechos do estudo do CCDR.

Por último, o que poderia eventualmente ser apontado como ponto primeiro destas conclusões, considera-se que o autocaravanismo é uma modalidade, ou uma variante, do campismo e que constitui, de certa forma, uma evolução desta modalidade, proporcionada pelo desenvolvimento de novos veículos e equipamentos que permitem ao campista gozar de um maior conforto, autonomia e mobilidade. Contudo, apesar desta evolução, tem-se o entendimento de que o autocaravanismo não sai do domínio, mais geral, do campismo. Como tal considera-se que o autocaravanismo deverá ficar afecto a espaços como os Parques de Campismo e, em função das suas recentes dinâmicas, a espaços concebidos e ou adaptados para o efeito. Caso se permita que o autocaravanismo continue a proliferar nas actuais condições de generalizada e banalizada informalidade, estar-se-á de novo, como na década de 80, perante uma nova forma de “campismo selvagem(Sublinhado da minha responsabilidade)

(Texto extraído do estudo do CCDR-Algarve de 2008, a páginas 124 e 125)

O trecho acima dispensa muitos comentários e é mais que elucidativo do que desde 2008 está programado para passar a ser a política autocaravanista a implementar na Região do Algarve segundo o estudo em apreço. Mas será só na Região do Algarve? Neste mesmo trecho é licito deduzir as razões pelas quais a CCDR-Algarve e a AMAL se recusaram a subscrever uma Plataforma de Entendimento proposta pelo CPA em 6 de fevereiro de 2012 (ver AQUI).

A diminuição da liberdade autocaravanista, sentimento inerente ao autocaravanismo, não pode ser entendido como uma teoria da conspiração, mas não parece ser ainda o suficiente para mobilizar os autocaravanistas na defesa dos seus direitos, exigindo uma Plataforma de Entendimento entre as associações, onde o direito à não discriminação negativa seja contemplado, conforme é referido nos pensamentos de “O CERCO” (ver AQUI).

Sensibilizar as autarquias para a necessidade de criarem regulamentos municipais específicos para a questão do autocaravanismo

(Texto extraído do estudo do CCDR-Algarve de 2008, a páginas 128)

Este propósito da CCDR-Algarve de sensibilizar as autarquias deve ser apoiado, mas, obviamente, com objetivos diferentes dos que o estudo de 2008 preconiza e conforme refere o texto intitulado “ANMP e ANAFRE não querem dialogar?” (ver AQUI).

Concluindo: A liberdade do autocaravanismo em Portugal pode depender cada vez mais do entendimento que se estabeleça entre as associações e do apoio efetivo e maciço dos autocaravanistas a esta luta.


Sem comentários:

Enviar um comentário