Chaves |
Autocaravanismo
Encontro
Autocaravanas PYC em Chaves - 2010
Foto Reportagem
Encontro das Autocaravanas PYC em Chaves (Portugal) entre
os dias 22 e 26 de Abril de 2010.
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Chaves é uma cidade portuguesa do Distrito
de Vila Real, Região Norte,
sub-região do Alto
Trás-os-Montes, com uma população (em 2011) de 16 466 habitantes no seu
perímetro periurbano.2 A cidade de Chaves em sentido
restrito está dividida em três freguesias: Madalena, Santa Maria Maior e Santa
Cruz - Trindade.
É sede de um município com 591,23 km² de área e 41 243
habitantes (20111 ), subdividido em 39 freguesias. O município é limitado a
norte pela Espanha, leste pelo
município de Vinhais, a sudeste
por Valpaços, a sudoeste por Vila Pouca de Aguiar e a oeste por Boticas e Montalegre.
Como principais vias de acesso apresenta a EN103 (começa
em Neiva, perto de Viana do Castelo, onde entronca com a EN13, e prolonga-se
por uma paisagem multifacetada pelo Este do Alto Minho, e por toda a zona Norte
de Trás-os-Montes, passando por localidades como Braga, Chaves, Vinhais, até
acabar em Bragança) e a A24 (Chaves-Viseu). Apresenta também uma zona
industrial com várias empresas de destaque regional. Pode-se afirmar que é uma
cidade empreendedora pois, a nível de turismo, apresenta casas de turismo rural
e bons restaurantes para os grandes apreciadores de gastronomia Transmontana.
Pré-história
A presença humana na região do concelho remonta ao Paleolítico, conforme inúmeros
testemunhos de Mairos, Pastoria e de São Lourenço, dentre outros locais, e das
civilizações proto-históricas, nomeadamente nos múltiplos castros situados no alto dos montes que
envolvem toda a região do Alto
Tâmega.
A
Antiguidade
À época da invasão
romana da península Ibérica, os romanos instalaram-se no vale do rio Tâmega, onde hoje se ergue a cidade e, construíram fortificações pela
periferia, aproveitando alguns dos castros existentes.
Para defesa do aglomerado populacional foram erguidas
muralhas e, para a travessia do rio, construíram a ponte de Trajano. Fomentaram o uso das
águas quentes mínero-medicinais, implantando balneários Termais, exploraram minérios, com
destaque para filões auríferos, e outros recursos naturais.
Tal era a importância desse núcleo urbano, que foi
elevado à categoria de Município no ano 79 d.C. quando dominava Tito Flávio Vespasiano, o primeiro César da família Flávia. Daqui advém a
antiga designação Aquæ Flaviæ da actual cidade de Chaves, bem como o
seu gentílico — flaviense.
Calcula-se pelos vestígios encontrados que o núcleo e
centro cívico da cidade se situavam no alto envolvente da área hoje ocupada
pela Igreja Matriz. Ainda hoje lembra a traça romana, com o Fórum, o Capitólio e o Decúmanus, que seria a rua
Direita. Foi nessa área que foram e ainda são (2006) encontrados os mais
relevantes vestígios arqueológicos, expostos no Museu da Região Flaviense, como
o caso de uma lápide alusiva a um combate de gladiadores.
O auge da dominação romana verificou-se até ao início
do século III, aquando da chegada
gradual dos vulgarmente apelidados bárbaros. Eram eles os Suevos, Visigodos e Alanos,
provenientes do leste europeu e que puseram termo à colonização romana. As
guerras entre Remismundo e Frumário,
na disputa do direito ao trono, tiveram como consequência a quase total
destruição da cidade, a vitória de Frumário e a prisão de Idácio, notável Bispo de Chaves. O
domínio bárbaro durou até que os mouros, oriundos do Norte de África, invadiram
a região e venceram Rodrigo, o
último monarca visigodo, no início do século
VIII. Nestas épocas, aqui tinha sede o bispado flaviense, cujo bispo mais
notável foi Idácio, célebre escritor e que muito deixou de informação acerca
dos Suevos.
Com os árabes, também o islamismo invadiu o espaço ocupado pelo cristianismo, o que causou uma azeda
querela religiosa e provocou a fuga das populações residentes para as montanhas
a noroeste, com inevitáveis destruições. As escaramuças entre mouros e cristãos
duraram até ao século XI. A
cidade começou por ser reconquistada aos mouros no século
IX, por D. Afonso, rei de Leão
que a reconstruiu parcialmente. Porém, logo depois, no primeiro quartel do século X, voltou a cair no poder dos
mouros, até que no século XI, D. Afonso III, rei de Leão, a
resgatou, mandou reconstruir, povoar e cercar novamente de muralhas.
Já aqui prosperava uma importante Judiaria, cuja
Sinagoga se situava num edifício entre a Travessa da Rua Direita, e a Rua 25 de
Abril.
O edifício existe, de grande portal encoberto e em
degradação (aqui chamado "casa de rebuçados da espanhola"), em lugar
cimeiro do típico casario das "muralhas novas".
Foi então por volta de 1160 que
Chaves integra o país, que já era Portugal, com a participação dos lendários Ruy Lopes e Garcia
Lopes, tão intimamente ligados à história da terra.
Pela sua situação fronteiriça, Chaves era vulnerável ao
ataque de invasores e como medida de protecção D. Dinis (1279-1325), mandou levantar o castelo e as muralhas que ainda hoje dominam grande
parte da cidade e a sua periferia. Cenário de vários episódios bélicos no século XIX celebra a 20 de Setembro de 1837,
a Convenção de Chaves, após o
combate de Ruivães, que pôs termo
à revolta Cartista de 1837,
ou revolta dos marechais.
Neste concelho, na freguesia de Calvão, aconteceram
várias aparições Marianas na década
de 1830, foi aí construído o Santuário da Senhora Aparecida.
A 8 de julho de 1912 travou-se um combate entre as forças
monárquicas de Paiva Couceiro e as do governo republicano, chefiadas pelo coronel Ribeiro de Carvalho, de que resultou o
fim da 2ª incursão monárquica. Os
intervenientes republicanos desse combate foram homenageados na toponímia de
Lisboa, com a designação de uma avenida, a Avenida Defensores de Chaves, entre
a Avenida Casal Ribeiro e o Campo Pequeno. A 12
de Março de 1929 Chaves
foi elevada à categoria de cidade.
O primeiro livro impresso em
português
Em 1488 foi impressa, provavelmente em Chaves, uma
versão portuguesa do Sacramental de Clemente
Sánchez de Vercial, considerado o primeiro livro impresso em língua
portuguesa, e em 1489 e na mesma cidade, foi impresso o Tratado de Confissom.
O Sacramental é uma obra de pastoral redigida por
Clemente Sánchez de Vercial em 1423. Teve uma grande expansão na Península Ibérica, quer manuscrita,
quer impressa. Conhecendo-se mais de uma dezena edições entre finais do século XV e meados do século XVI, altura em que foi colocada
no Index dos livros proibidos. O Sacramental é
um relato pormenorizado da forma de vida do homem medieval em todos os
momentos, com temas como a alimentação,
as relações familiares e sociais, a relação com o mistério de Deus e o sagrado,
o trabalho, o descanso, a saúde, a doença e a sexualidade, tornando-o um
documento precioso para o estudo da sociedade medieval.
O Tratado de Confissom
O Tratado de Confissom (1489) é um manual instrutório do clero, na
tarefa de ministrar o sacramento da penitência aos fiéis cristãos. O Tratado de
Confissom, outra obra impressa em Chaves e um dos primeiros livros em língua
portuguesa, é uma obra de cariz pastoral. Desconhece-se o seu autor, talvez
pelo facto de no único exemplar existente na (Biblioteca Nacional de Lisboa)
lhe faltar a página de rosto. O Tratado de Confissom, foi descoberto
em 1965 por Pina Martins, que o publicou em
edição diplomática em1973, com um estudo introdutório. Em 2003, José Barbosa
Machado publicou uma nova edição e um estudo linguístico, propondo a hipótese
de a obra ser uma tradução do castelhano feita entre finais do século XIV e
princípios do século XV, contrariando assim a opinião comum de que a obra fora
redigida pouco antes da sua impressão.
Desta forma a impressão tipográfica ou mecânica, em
língua portuguesa entrava em Portugal por Chaves. Só na década de noventa do século XV seriam impressos livros em Lisboa, no Porto e em Braga.
Titus Flavius Vespasiano
Estoria de Vespasiano, 1496
O segundo livro ilustrado e impresso em Portugal é a "Estoria de muy
nobre Vespesiano emperador de Roma", que saiu do
prelo em Lisboa, em 1496; as gravuras
são de origem alemã. Em 20 de Abril de 1496, foi concluída a impressão desta
novela de cavalaria, obra em língua portuguesa.
O Impressor Valentim Fernandes é figura mais destacada
da prototipografia em Portugal. Impressor alemão obteve
privilégios de impressão em Portugal a partir de 1495. Conhecem-se dezoito livros por
ele impressos, seis dos quais produzidos no século
XV.
Gastronomia
Entre os pratos típicos e os produtos gastronómicos de
Chaves e do Alto Tâmega podem-se referir o presunto de Chaves e Barroso, o salpicão, as
linguiças, as alheiras, a posta
barrosã, o cabrito assado ou estufado, o cozido à transmontana, a feijoada à transmontana, os milhos à
romana, as trutas recheadas com o famoso presunto
de Chaves, os Pasteis de Chaves e
o Folar, uma iguaria à base de
massa fofa recheada de carne de porco, presunto, salpicão e linguiça,
o Pão de centeio, Couve penca, Batata de Trás-os-Montes, mel e
o seu apreciado vinho.
Tanto o presunto como os enchidos são secos e curados
ao fumo das lareiras, sendo ingredientes fundamentais para a confecção do Folar
de Chaves, especialidade culinária, característica da Páscoa, que é famosa, tal
como os Pasteis de Chaves, uma
especialidade local feita de massa folhada, com carne picada no interior. Os
peixes mais típicos são os do rio Tâmega,
barbos, escalos, bogas e trutas, sendo estas últimas recheadas habitualmente
com presunto. Outros pratos da
cozinha regional merecem ser destacados, como o cabrito estufado, a feijoada e o cozido
à transmontana, os milhos e as rabanadas.
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