Urk
Europa
A Grande Viagem
Holanda
Foto Reportagem
Fotos obtidas no mês de Julho e Agosto de 2002 num percurso
turístico que abrangeu a Bélgica, a Holanda, a Dinamarca, a Suécia, a
Finlândia, a Noruega, a França, a Espanha e Portugal.
As fotos, cuja ordem corresponde à sequência do percurso, podem ser vistas AQUI.
Para ver as fotos em “tela inteira” não se esqueça de pressionar a tecla
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Países Baixos (em neerlandês: Nederland, literalmente
"país baixo") é uma nação
constituinte do Reino dos Países Baixos localizada na Europa ocidental. O
país é uma monarquia constitucional parlamentar democrática banhada pelo Mar do Norte ao
norte e a oeste, que faz fronteira com a Bélgica ao
sul e com a Alemanha a
leste. A capital é Amsterdão e
a sede do governo é Haia. Os Países Baixos são frequentemente
chamados de Holanda,
o que é tecnicamente impreciso, já que as Holandas do Norte e
do Sul são
duas de suas doze províncias. O gentílico holandês é
o normalmente utilizado para se referir ao povo, à língua e a qualquer coisa
que pertença aos Países Baixos, embora mantenha a ambiguidade. Neerlandês é o
gentílico não-ambíguo, alternativo.
Geograficamente, os Países Baixos são um país de baixa
altitude, com cerca de 27% de sua área e 60% de sua população situados abaixo
do nível do mar. Uma
significativa parte de seu território foi obtida através da recuperação e
preservação de terras através de um elaborado sistema de pôlderes e diques. Grande parte dos Países Baixos é
formada por um grande delta, o delta do Reno e Mosa.
Os Países Baixos são um país densamente povoado que é
conhecido por seus moinhos de vento, tulipas, tamancos, cerâmica
de Delft, queijo gouda, artistas visuais, bicicletas e,
além disso, pelos valores tradicionais e virtudes civis, tais como a sua tolerância social,
tendo se tornado conhecido por sua política liberal em relação à homossexualidade, drogas, prostituição, eutanásia e aborto. É um dos países com melhor qualidade de vida do
mundo, fator pelo qual possuí um dos melhores Índices de Desenvolvimento Humano da Europa e do mundo,
segmentado em sua forte política de assistência social e direitos considerados
essenciais, como educação, saúde e segurança de qualidade, garantidos em nível
máximo a seus habitantes. O país possui uma das economias capitalistas mais livres do
mundo, 12ª posição entre 157 países de acordo com o Índice de Liberdade Econômica.
Entre outras afiliações, o país é membro fundador da União Europeia (UE),
da OTAN,
da OCDE,
da OMC e
assinou o Protocolo
de Quioto. Junto com a Bélgica e com Luxemburgo, o país
constitui a União Económica do Benelux. O país é
palco de cinco tribunais internacionais: a Corte Permanente de Arbitragem, o Tribunal Internacional de Justiça, o Tribunal Penal Internacional
para a antiga Jugoslávia, o Tribunal Penal Internacional e
o Tribunal Especial para o Líbano. Os quatro primeiros
estão situados em Haia assim como a sede da agência da UE de informação
criminal, a Europol. Isto levou
a cidade a ser apelidada de "capital
judiciária do mundo".
Pré-História, Roma
e Idade Média
Os Países Baixos têm sido habitados desde a última glaciação; os
vestígios mais antigos encontrados têm uma antiguidade de 100 000 anos,
quando o país possuía um clima de tundra com uma vegetação muito
escassa. Seus primeiros povoadores eram caçadores-coletores. Ao
final da Era do Gelo a
área passou a ser habitada por vários grupos paleolíticos. Um
destes grupos fabricava inclusive canoas (6 500 a.C.)
A agricultura chegou
por volta do ano de 5000 a.C. porém somente foi praticada nas planícies do
extremo sul do país (Limburgo do Sul). Os coletores-caçadores da cultura Swifterbant estiveram
presentes a partir de5 600 a.C. Eles
desenvolveram uma sociedade agrícola entre4 300-4 000 a.C. Os
primeiros restos notáveis da Pré-História foram os dólmens que
foram encontrados na província de Drente, e foram provavelmente construídos pelas
pessoas pertencentes à cultura de Funnelbeaker entre 4 100 e 3 200
a.C.
A primeira evidência do uso de rodas está datada
em torno de 2 400 a.C., e provavelmente está
relacionada com a cultura Bellbeaker (Klokbeker cultuur). Esta cultura também
demonstrou algumas experiências com o uso do cobre. A Idade do Bronze provavelmente
começou ao redor de 2 000 a.C. como
é o caso da tumba do "Ferreiro de Wageningen". Depois desta
descoberta, mais objetos da Idade do Bronze apareceram, como em Epe, Drouwen e
principalmente em Drente, que devido a grande quantidade de objetos encontrados
como contas de estanho, colares etc. indica-nos que era um centro comercial na
época. A riqueza dos Países Baixos na Idade do Ferro pode
ser vista na "Tumba do rei de Oss" (datada de 500
a.C.), ali um verdadeiro rei foi enterrado com alguns de seus objetos, como uma
espada de ferro com inscritos em ouro, no que é a maior tumba da Europa
Ocidental, com 53 metros de largura. Na época da
chegada dos romanos, os Países
Baixos se encontravam habitados por várias tribos germânicas
que haviam-se assentado provavelmente em 600 a.C.,
tal como os frísios. Tribos celtas assentaram-se
ao sul.
No século I a.C., os romanos conquistaram a parte sul do
país, onde criaram a província da Germânia
Inferior. Os romanos foram os primeiros a construir cidades no país,
como Utrecht, Nimega e Maastricht. Na
época da ocupação romana, que se mantém até ao século
IV, a região dos Países Baixos era povoada por tribos célticas e germânicas. Os
Saxões estabelecem-se a leste dos futuros Países Baixos e os Francos ocuparam
os territórios meridionais.
A cristianização só
se completa no final do século VIII,
com a submissão destes povos a Carlos Magno. A
administração carolíngia permite o desenvolvimento da atividade económica,
enquanto nasce uma indústria
têxtil.
Habsburgos,
República, dominação francesa e Reino
No reinado de Carlos
V, Sacro Imperador Romano e rei da Espanha, a região
era parte das Dezessete Províncias dos Países Baixos, abrangendo a
maior parte do que hoje é a Bélgica. À
proclamação da independência (União
de Utrecht, 1579; abjuração da soberania espanhola, 1581), no
reinado de Filipe II, seguiu-se a guerra de independência. A assinatura, sob Filipe IV, do Tratado
de Münster pôs fim à Guerra dos Oitenta Anos. O
império espanhol reconheceu a República Holandesa dos Países Baixos Unidos,
governados pela casa de Orange-Nassau e os Estados Generais, que anteriormente
foram uma província do império espanhol. Os Países Baixos tornaram-se assim a
primeira nação europeia a assumir uma forma de governo republicana.
Ainda que o novo Estado exercesse autonomia apenas
sobre as províncias do norte, a República das Sete Províncias
Unidas dos Países Baixos desenvolveu-se
e tornou-se uma das mais importantes potências navais e econômicas do século
XVII. Neste período, conhecido como o Século de Ouro, os Países Baixos estenderam
suas redes comerciais por todo o planeta, estabelecendo colônias
em lugares tão distantes quanto Java e
o nordeste brasileiro (Brasil
neerlandês).
Eclipsada pela ascensão britânica durante
o século XVIII, a região foi mais tarde incorporada ao império francês sob Napoleão
Bonaparte. Após o Congresso
de Viena (1815), o Reino Unido dos Países Baixos foi
criado, incluindo os atuais Bélgica e Luxemburgo. A
Bélgica conseguiu sua independência em 1830; o Luxemburgo, que seguia regras
sucessórias distintas, seguiu seu próprio caminho após a morte do rei Guilherme III. Já no século
XIX, os Países Baixos industrializaram-se mais lentamente do que os países
vizinhos.
Reino dos Países
Baixos
Guilherme I dos Países Baixos, filho do último rei, Guilherme V, Príncipe de Orange, voltou para os
Países Baixos em 1813 e tornou-se príncipe soberano da nação. Em 16 de março de
1815, o príncipe soberano tornou-se rei do país. Em 1815, o Congresso
de Viena formou o Reino Unido dos Países Baixos, unindo os Países
Baixos com a Bélgica com
o objetivo de criar um país forte na fronteira norte da França. Além disso,
Guilherme V tornou-se hereditário do Grão-Duque do Luxemburgo. O Congresso de Viena deu Luxemburgo à
Guilherme como propriedade particular, em troca de suas possessões alemãs: Ducado de Nassau, Siegen, Hadamar e Diez. A Bélgica rebelou-se e conquistou a
independência em 1830, enquanto a união pessoal entre
Luxemburgo e os Países Baixos foi rompida em 1890, quando o rei
Guilherme III dos Países Baixos morreu sem herdeiros masculinos vivos. As leis de ascendência impediram
que a sua filha, a Rainha Guilhermina, se tornasse a Grã-Duquesa
seguinte. Portanto, o trono de Luxemburgo passou da Casa de Orange-Nassau para
a Casa de Nassau-Weilburg, um ramo da Casa de Nassau.
A maior colônia holandesa no exterior foi a Colônia do Cabo.
Criada por Jan van Riebeeck em
nome da Companhia Holandesa das Índias Orientais na Cidade do Cabo em
1652. O Príncipe
de Orange, concordou com a ocupação e controle da Colônia do Cabo
pelos britânica, em 1788. A Holanda também possuía várias
outras colônias, mas a colonização holandesa
nestas terras foi limitada. As mais notáveis foram as Índias Orientais Holandesas (atual Indonésia) e a
Colônia do Suriname (hoje o Suriname). Estas
"colônias" foram primeiro administradas pela Companhia Holandesa das
Índias Orientais e pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais,
ambas empresas coletivas privadas. Três séculos mais tarde essas empresas
começaram a ter problemas financeiros e os territórios em que operavam foram
assumidos pelo governo holandês (em 1815 e 1791, respectivamente). Só então
essas áreas se tornaram colônias oficiais.
Durante o período colonial, a Holanda envolveu-se
fortemente no comércio de escravos. Os plantadores holandeses
dependiam muito de escravos
africanos para cultivar café, cacau, cana-de-açúcar e
plantações de algodão ao
longo dos rios. O tratamento dado aos escravos por seus proprietários era
notoriamente ruim e muitos deles fugiam das plantações. A escravidão foi
abolida pela Holanda na Guiana Holandesa e Curaçao e
Dependências em 1863, mas os escravos não foram totalmente libertos até 1873,
depois de um período obrigatório de transição de 10 anos, durante os quais eles
eram obrigados a trabalhar nas plantações por um salário mínimo e o estado
sancionado de tortura. Assim que se tornaram verdadeiramente livres, a maioria
dos escravos abandonou as plantações onde eles tinham sofrido por várias
gerações em favor da cidade de Paramaribo.
Durante o século XIX, a Holanda demorou para se industrializar em
comparação aos países vizinhos, principalmente por causa da grande complexidade
envolvida na modernização da sua infra-estrutura, composta em grande parte por cursos
de água, e a grande resistência da sua indústria em relação a energia eólica.
Guerras mundiais
Embora tenham-se mantido
neutros durante a Primeira Guerra Mundial, os
Países Baixos foram fortemente envolvidos na guerra. Alfred von Schlieffen tinha originalmente planejado invadir os Países Baixos,
enquanto avançava pela França, no Plano Schlieffenoriginal. Isso foi alterado por Helmuth von Moltke, o
Jovem, a fim de manter a neutralidade neerlandesa. Mais tarde, durante a
guerra, a neutralidade neerlandesa provou ser essencial para a sobrevivência
alemã, até o bloqueio integrado pelos Estados Unidos e Grã-Bretanha em 1916,
quando a importação de mercadorias através dos Países Baixos já não era
possível. No entanto, os neerlandeses foram capazes de manterem-se neutros
durante a guerra usando a sua diplomacia e sua capacidade de negociar.
O país pretendia permanecer
neutro durante a Segunda Guerra Mundial,
embora planos de contingência, envolvendo os exércitos da Bélgica, França e Reino Unido, tenham sido elaborados em caso de agressão alemã. Apesar
desta neutralidade, a Alemanha nazista invadiu a Holanda em 10 de maio de 1940 como parte de sua
campanha contra as forças aliadas.
Forças francesas no sul e navios britânicos a oeste vieram ajudar, mas recuaram
rapidamente, evacuando muitos civis e vários milhares de prisioneiros de guerra
alemães. O país foi invadido em apenas cinco dias. Apenas após (mas não por
conta disso) do Bombardeio de Roterdã,
o exército holandês se rendeu em 14 de maio de 1940, apesar de uma força
holandesa e francesa controlar a parte ocidental da Zelândia algum tempo após a rendição. O Reino continuou na guerra
através do Império Colonial Holandês;
o governo
no exílio residia em Londres.
Durante a ocupação, mais de
100 000 judeus holandeses19 foram presos e levados para campos de concentração nazistas na Alemanha, na Polônia ocupada e naTchecoslováquia ocupada pelos alemães. No momento em que estes campos foram
libertados, apenas 876 judeus holandeses estavam vivos. Os trabalhadores
holandeses eram recrutados para o trabalho forçado em fábricas alemãs, os civis
eram mortos em represália por ataques a soldados alemães e a área rural foi
saqueada por comida para os soldados alemães na Holanda e para o embarque para
a Alemanha. Embora milhares de holandeses tenham arriscado suas vidas por
esconder os judeus dos alemães, como contado em O Refúgio Secreto por Corrie
ten Boom e em The Heart Has Reasons de Mark Klempner,20 houve também holandeses que colaboraram com as forças de
ocupação na caça aos judeus escondidos.21
Período contemporâneo
Depois da guerra, a economia holandesa prosperou deixando para trás uma era de neutralidade política e estreitou laços como países vizinhos. A Holanda foi um
dos membros fundadores do grupo Benelux (Bélgica,
Holanda e Luxemburgo), um dos 12 membros fundadores da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e estava entre os seis países membros fundadores da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, que mais tarde iria evoluir para a Comunidade Econômica Europeia (CEE) até a União Europeia (UE).
Os anos de 1960 e 1970 foram um
momento de mudança social e cultural tão grande, como um rápido ontzuiling (literalmente: despilarização), termo que descreve a
decadência das velhas divisões ao longo de classes e linhas religiosas. Jovens
e estudantes em particular, rejeitaram os costumes tradicionais e impulsionaram
uma forte mudança em temas como os direitos das mulheres, a sexualidade, o desarmamento e as questões ambientais. Atualmente, os Países Baixos são
classificados como um país liberal, considerando a sua política de drogas e a legalização da eutanásia. Em 1 de abril de 2001, o país se tornou o primeiro do
mundo a reconhecer o casamento homossexual.
Em 10 de outubro de 2010, as Antilhas
Holandesas, um antigo país do Reino dos Países Baixos no Caribe, foi
dissolvida. Referendos foram realizadas em cada ilha das Antilhas entre junho
de 2000 e abril de 2005, para determinar o seu estatuto futuro. Como resultado,
as ilhas de Bonaire, Santo Eustáquio e Saba alcançaram laços mais estreitos com os Países Baixos. Isto
levou à incorporação destas três ilhas ao país como municípios especiais sobre a dissolução das Antilhas Holandesas. Os municípios especiais são conhecidos coletivamente como Países Baixos Caribenhos.
Geografia
Um aspecto notável do país é o
fato de ser extremamente plano. Aproximadamente metade do território fica a
menos de 1 metro acima do nível do mar, e boa parte das terras estão de fato
abaixo do nível do mar. O ponto mais baixo, Nieuwerkerk aan den IJssel, perto de Roterdão,
localiza-se a um nível de 6,76 m abaixo do nível do mar. O ponto mais alto, Vaalserberg, na fronteira sudeste, localiza-se a uma
altitude de 321 m. Muitas áreas baixas estão protegidas por diques e barragens.
Partes dos Países Baixos, inclusive quase toda a moderna província da Flevolândia,
foram conquistadas ao mar - estas áreas são conhecidas como pôlderes.
O país é cheio de canais e o
transporte fluvial torna-se um dos principais meios de exportação e importação.
A localização geográfica dos Países Baixos é bastante favorável em relação à
Europa. Do aeroporto de Schiphol, em Amsterdã, é possível chegar a Berlim,
Londres ou Paris em apenas uma hora de voo. O país é dividido em duas partes
principais pelos rios Reno (Rijn), Waal e Mosa (Maas). Há muitos dialetos falados a norte e sul desses grandes rios. Os ventos predominantes no país são de sudoeste, o que causa um clima
marítimo moderado, com verões agradáveis e invernos suaves.
Inundações
Ao longo dos séculos, o litoral
holandês mudou consideravelmente como resultado da intervenção humana e de
desastres naturais. O mais notável em termos de perda de terra foi a tempestade
1134, que criou o arquipélago da Zelândia, no sudoeste. Em
14 de dezembro de 1287, a inundação de Santa Lúcia afetou os Países Baixos e a Alemanha, matando mais de 50 mil pessoas em uma das inundações mais
destrutivas já registradas na história. A última enchente importante nos Países Baixos ocorreu no
início de fevereiro de 1953, quando uma grande tempestade causou o colapso de
vários diques no sudoeste do país. Mais de 1.800 pessoas morreram
afogadas nas inundações que se seguiram. O governo neerlandês decidiu
posteriormente em um programa de larga escala de obras públicas (o "Projeto Delta") para
proteger o país contra futuras enchentes catastróficas. O projeto levou mais de
30 anos para ser concluído e considerado pela Sociedade Americana de Engenheiros Civis uma das sete maravilhas do mundo moderno.
A gravidade dos desastres foi
parcialmente impulsionada através da influência humana. As pessoas tinham
drenado o relativamente alto pântano para usá-lo como fazendas. A drenagem fez
com que a fértil turfa fosse comprimida e o nível do solo diminuiu, quando
tentaram reduzir o nível de água para compensar a queda no nível do solo,
fazendo com que a turfa subjacente fosse ainda mais comprimida. Devido ao
alagamento, a agricultura tornou-se uma atividade difícil, o que incentivou o comércio
exterior, a consequência disso foi um
maior envolvimento dos holandeses nos temas mundiais desde o início do século XIV/XV. O problema permanece insolúvel até hoje.
Além disso, até ao século XIX, a turfa seca era extraída e utilizada como
combustível, aumentando ainda mais o problema.
Em 1932, o Afsluitdijk (em português: dique de fechamento) foi concluído, bloqueando o Zuiderzee (Mar do Sul) do Mar do Norte, criando assim o IJsselmeer (Rio
Issel). Essas construções tornaram-se
parte das Obras
Zuiderzee, uma grande obra em que quatro pôlders, totalizando 2.500 quilômetros quadrados, foram subtraídos
do mar. Além disso, os
Países Baixos são um dos países que podem mais sofrer com as mudanças
climáticas. Não só pelo aumento do nível do mar, mas também porque os padrões
climáticos irregulares podem causar o transbordamento de rios.
Demografia
Os Países Baixos têm uma
população estimada em 16 742 993 (agosto de 2012).33 É o 11º país mais populoso da Europa e o 61º país mais populoso do mundo. Entre 1900 e 1950, a população do país quase dobrou, de
5,1 para 10,0 milhões de pessoas. De 1950 a 2000, a população aumentou de 10,0
para 15,9 milhões de pessoas, mas a taxa de crescimento da população foi menor
do que a dos 50 anos anteriores.
A taxa
de fertilidade nos Países Baixos é de 1,82 filhos por mulher (em 2011),
que é alta em comparação com muitos outros países europeus, mas abaixo da taxa
de 2,1 filhos por mulher necessária para a reposição natural da população. A expectativa
de vida no país é
alta, de 83,08 anos para as meninas recém-nascidas e de 78,84 para os meninos
(2012). O país tem uma taxa de migração anual de 2,55 migrantes por mil
habitantes.
A maioria da população dos
Países Baixos é etnicamente holandesa (ou neerlandesa). Uma estimativa de 2005 mostrou que 80,9%
da população se considera holandesa, 2,4% indonésia, 2,4% alemã, 2,2% turca, 2,0% surinamesa, 1,9% marroquina, 0,8% das Antilhas e de Aruba, e 7,4% de
outras etnias.35 Os holandeses são as pessoas mais altas do mundo, com uma altura média de
1,81 metros para adultos do sexo masculino e de 1,67 metros para mulheres
adultas, em 2009. As pessoas do sul são, em média, cerca de 2 cm mais baixas
que as do norte.
Os holandeses ou descendentes
de holandeses também são encontrados em comunidades de imigrantes ao redor do
mundo, principalmente no Canadá, Austrália, África do Sul e Estados Unidos. De acordo com o censo de 2006 dos Estados Unidos, mais de
5 milhões de americanos declararam ascendência holandesa total ou parcial ascendência holandesa. Há cerca de 3 milhões de descendentes de holandeses
chamados africâneres vivendo na África do Sul.38 Em 1940, havia 290.000 europeus e eurasiáticos na Indonésia, mas a maioria já deixou o país.40 De acordo com o Eurostat, em 2010, havia 1,8 milhão de residentes estrangeiros nos
Países Baixos, o que corresponde a 11,1% da população total. Destes, 1,4
milhões (8,5%) nasceram fora da União Europeia (UE) e 0,428 milhões (2,6%)
nasceram em outro Estado-membro da UE.
Os Países Baixos são o 30º país mais densamente
povoado do mundo, com 395 habitantes por
quilômetro quadrado, ou 484 habitantes por quilômetro quadrado se apenas a área
terrestre for contada. É o oitavo país mais densamente povoado da Europa, com
uma densidade populacional de 393/km². A Randstad é a maior aglomeração urbana do país, localizada no oeste e
com as quatro maiores cidades: Amsterdã,
na província da Holanda do Norte, Roterdã e Haia, na província da Holanda do Sul, e Utrecht, na província deUtrecht. A Randstad tem uma população de 7 milhões de habitantes e
é a sexta maior área
metropolitana da Europa.
Idiomas
Há duas línguas oficiais, ambas germânicas, o neerlandês, usada pela maioria da população, e o frísio; esta só se usa na província setentrional da Frísia, chamada de Fryslân na língua local. Além destas, vários dialetos do baixo-saxão são usados em boa parte do norte e leste, sem
reconhecimento oficial.
Nas fronteiras meridionais, os
idiomas têm variedades baixo-frâncicas e alemãs, sendo possível que sua melhor classificação seja,
em vez de holandês, flamengo ocidental ou alemão.
Religião
Os Países Baixos são um dos
países mais secularizados do Oeste europeu, com 39% de sua população filiada à alguma
religião. Ainda assim, menos de vinte por cento frequenta regularmente suas
respectivas igrejas.43 A minoria praticante de alguma religião se divide
principalmente entre o catolicismo (18%), mais forte ao sul dos grandes rios e o protestantismo, ao norte (15%). A maior parte destes protestantes
pertence à Igreja Reformada Neerlandesa.
De acordo com a pesquisa da
Eurobarômetro de 2005, 34% dos cidadãos neerlandeses responderam que acreditam existir algum deus, 37% respondeu que acreditam que exista algum tipo de força e 27% que não acreditam que exista nenhum tipo de força superior,
deus ou nada espiritual.
Em 1950, a maioria dos cidadãos
neerlandeses se declaravam cristãos, sendo que, dos 13 000 000 de
habitantes na época, um total de 7 261 000 pertencia às denominações
Protestantes, 3 703 000 à Igreja Católica Romana e 1 641 000 sem religião conhecida.
Entretanto, as escolas cristãs
ainda são financiadas pelo governo e por outros três partidos políticos
presentes no parlamento neerlandês (CDA, ChristianUnion e SGP), que têm suas
políticas internas baseadas na crença cristã.
Política
Os Países Baixos têm sido uma monarquia constitucional desde 1815 e uma democracia parlamentar desde 1848. A política e governança neerlandesas são
caracterizadas pelo esforço em alcançar um amplo consenso sobre questões
importantes dentro tanto da comunidade política quanto da sociedade como um todo. Em 2008, a revista The Economist classificou os Países Baixos como o décimo país mais democrático do mundo.
O monarca é o chefe de Estado. O cargo é ocupado desde 30 de abril de 2013 pelo rei Guilherme Alexandre após a abdicação de sua mãe a então rainha Beatriz.
Constitucionalmente, a posição é equipada com poderes políticos limitados. O
monarca pode exercer alguma influência durante a formação de um novo gabinete,
onde serve como árbitro neutro entre os partidos políticos. Além disso, o rei
tem o direito de ser informado e consultado. Dependendo da personalidade e das
qualidades do rei e dos ministros, o rei pode ter influência além do poder
concedido pela Constituição.
Na prática, o poder executivo é formado pelo Conselho de Ministros dos Países Baixos. O
gabinete é composto geralmente por 13-16 ministros e um número variável de
secretários de Estado. Um a três ministros são ministros sem pasta. O chefe de governo é o primeiro-ministro dos Países
Baixos, que muitas vezes é o líder do
maior partido da coalizão. Na verdade, esse tem sido sempre o caso desde 1973. O
primeiro-ministro é um primus
inter pares, ou seja, ele não
tem poderes explícitos além dos dos outros ministros. Atualmente, o
primeiro-ministro é Mark Rutte.
Embora historicamente a política
externa neerlandesa
tenha sido caracterizada pela neutralidade, desde a Segunda Guerra Mundial, os
Países Baixos tornaram-se membros de um grande número de organizações internacionais,
sendo as principais a OTAN, a ONU e a UE.
Os Países Baixos têm uma longa
tradição de tolerância social. No século XVIII, mesmo com a Igreja Reformada Holandesa sendo a religião
oficial do estado, o catolicismo e o judaísmo eram tolerados. No final do século XIX, essa tradição
neerlandesa de tolerância religiosa foi transformada em um sistema de pilarização,
em que os grupos religiosos coexistiam separadamente e apenas interagiam a
nível de governo. Essa tradição de tolerância está ligada a políticas sobre drogas recreacionais, prostituição, direitos LGBT, eutanásia e aborto, que estão
entre as mais liberais do mundo.
Divisões administrativas
Os Países Baixos estão
divididos em 12 regiões administrativas, também chamadas províncias; cada uma
tem à sua frente um governador, que é chamado Comissário do Rei ou da Rainha.
Todas as províncias, por sua vez, subdividem-se em municípios (gemeenten),
que são 467.
Os Países Baixos possuem três
territórios autônomos no Caribe. São as ilhas
de Aruba, St. Maarten e Curaçao.
Possuem também três municípios (ilhas) com status especial também no Caribe: Bonaire, Saba e Santo Eustáquio. Essas ilhas pertenciam às antigas Antilhas Neerlandesas dissolvidas em 2010. Os três territórios
são independentes no que se refere a assuntos internos, mas submetidos ao
controle central exercido pelo Reino dos Países Baixos em questões de defesa e assistência mútua.
Economia
Os Países Baixos têm uma
economia muito forte e têm desempenhado um papel especial na economia europeia durante muitos séculos. Desde o século XVI, o transporte, a pesca, o comércio e os bancos têm sido importantes setores da economia neerlandesa. O
país é umas das dez maiores nações exportadoras. Gêneros alimentícios formam o maior setor da indústria do
país. Outras grandes indústrias incluem produtos químicos, metalurgia, máquinas, elétrica, de mercadorias e turismo. Exemplos incluem (Unilever, Heineken), serviços financeiros (ING), produtos químicos (DSM), refino de petróleo (Shell) e máquinas
elétricas (Philips, ASML).
Os Países Baixos têm a 16ª maior economia do mundo e o sétimo maior PIB (nominal) per capita. Entre 1998 e 2000, obteve um crescimento econômico anual do PIB de, em média, quatro por cento, bem acima da média
europeia. O crescimento diminuiu consideravelmente entre 2001-2005, com o
abrandamento econômico mundial, mas acelerou para 4,1% no terceiro trimestre de
2007. A inflação é de 1,3% e o desemprego está em quatro por cento da força
de trabalho. Pelos padrões do Eurostat, o desemprego nos Países Baixos é de 4,1% (abril 2010), a
mais baixa taxa de todos os estados membros da União Europeia.50 Os Países Baixos também têm um coeficiente
de Gini (que mede a
desigualdade social) relativamente baixo: 0,326. Apesar de estar sétimo lugar
em PIB per capita, a UNICEF classificou o país no primeiro lugar em bem-estar infantil.51 No Índice de Liberdade Econômica,
os Países Baixos são a 13ª economia capitalista de livre mercado entre os 157 países pesquisados.
Amsterdã é a capital financeira e empresarial dos Países Baixos. A Bolsa
de Amsterdã (AEX), parte
da Euronext, é a mais
antiga bolsa
de valores do mundo e é
uma das maiores da Europa. Ela está
situada perto da praça Dam, no centro da cidade. Como membro fundador do euro, os Países
Baixos substituíram (para fins contábeis) a sua antiga moeda, o
"Gulden" (florim), em 1 de janeiro de 1999, junto com os quinze outros
países que adotaram o euro.
A localização dos Países Baixos
facilita o acesso aos grandes mercados do Reino Unido e da Alemanha, sendo o porto
de Roterdã o maior porto
da Europa. Outras partes importantes da economia são: comércio internacional (o colonialismo neerlandês começou com uma cooperativa empresas privadas,
como a Companhia Holandesa das Índias Orientais), bancos e transportes. Amsterdã é o quinto destino
turístico mais movimentado da Europa, com mais de 4,2 milhões de visitantes
internacionais.
O país continua a ser uma das
nações europeias líderes em atração de investimento direto estrangeiro e é um
dos cinco maiores investidores nos Estados Unidos. A economia neerlandesa experimentou
uma desaceleração em 2005, mas em 2006 recuperou para o maior rápido ritmo de
crescimento em seis anos, graças ao aumento das exportações e ao forte
investimento. O ritmo de crescimento do emprego atingiu o ponto mais alto em 10
anos em 2007. O país foi passou da 11ª posição no Índice de Competitividade
Global para a 9ª posição em 2007.
Um dos maiores campos de gás natural do mundo está situado perto de Slochteren. A exploração
desta área resultou em uma receita total de 159 bilhões de euros desde meados
dos anos 1970. Com pouco mais de metade das reservas esgotadas e com o aumento
contínuo dos preços do petróleo, as receitas mais próximas décadas devem ser menores.
Um setor agrícola altamente
mecanizado emprega 4% da força de trabalho do país, mas fornece grandes
excedentes para a indústria de processamento de alimentos e para a exportação. Os Países Baixos são o terceiro país em valor de suas
exportações agrícolas, atrás dos Estados Unidos e da França, sendo que as exportações lucram cerca de 55 bilhões de
dólares anualmente. Uma parcela significativa das exportações agrícolas
neerlandesas são derivadas de plantas, flores e bulbos recém-colhidos, sendo
que o país responde por dois terços do total de exportações desses produtos no
mundo. O país também exporta um quarto de todas as exportações mundiais de tomate. A Holanda
também exporta um quinze avos de maçãs do mundo.
Cultura
Os Países Baixos têm tido
muitos pintores renomados ao longo dos séculos. Durante o século XVII, quando a
república neerlandesa era bem próspera, houve o surgimento de grandes artistas
e aquela época ficou conhecida como a era dos mestres neerlandeses, entre eles: Rembrandt
van Rijn, Johannes Vermeer, Jan Steen e Jacob van Ruysdael.
Grandes pintores dos séculos XIX e XX foram Vincent van Gogh e Piet
Mondriaan. M.C.
Escher é um artista gráfico também muito conhecido por suas obras. Willem de Kooning nasceu e se aperfeiçoou em Roterdão, embora tenha
conquistado sua fama sendo conhecido como um artista estadunidense. Um outro
mestre dos Países Baixos é Han van Meegeren.
Na filosofia, o país deu ao Renascimento Erasmo
de Roterdão; mais tarde, a tolerância
religiosa permitiu que os talentos de Baruch
de Espinoza e René Descartes florescessem.
Na Idade de Ouro do século
XVII, a literatura neerlandesa também floresceu, com Joost van den Vondel e P. C. Hooft como os nomes mais famosos. No século XIX, Multatuli descreveu o mau tratamento dos nativos na Indonésia uma das colônias neerlandesas. Autores importantes do último século incluem Harry Mulisch, Jan Wolkers, Simon Vestdijk, Cees
Nooteboom, Gerard van het Reve e Willem Frederik Hermans.
O Diário de Anne Franktambém
foi escrito nos Países Baixos.
Réplicas de prédios
neerlandeses encontram-se na Vila Holandesa, em
Nagasaki, Japão. Uma Vila Holandesa similar está sendo construída em Shenyang,
na República Popular da China.
Os
moinhos
de vento, as
tulipas, os tamancos de madeira, o queijo (especialmente Edam
e
Gouda) e a cerâmica de Delft estão entre os principais itens relacionados à cultura dos
Países Baixos.
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