Cabo Finisterra
Europa
A Grande Viagem
Espanha
Foto Reportagem
Fotos sequencialmente obtidas no mês de Julho e Agosto de
2002 num percurso turístico que abrangeu a Bélgica, a Holanda, a Dinamarca, a
Suécia, a Finlândia, a Noruega, a França, a Espanha e Portugal.
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Espanha
Espanha (em castelhano e galego: España; em catalão e valenciano: Espanya; em basco: Espainia; em aranês: Espanha), oficialmente Reino
de Espanha, é um país situado na Europa meridional, na Península
Ibérica. Seu território
principal é delimitado a sul e a leste pelo Mar
Mediterrâneo, com exceção a
uma pequena fronteira com o território britânico ultramarino de Gibraltar; ao norte pela França, Andorra e pelo Golfo da Biscaia e ao noroeste e oeste pelo Oceano
Atlântico e
por Portugal.
O território
espanhol inclui ainda as Ilhas Baleares, no Mediterrâneo, as Ilhas Canárias, no Oceano Atlântico, próximas da costa
Africana e duas cidades
autônomas no norte de África, Ceuta e Melilla, que fazem fronteira com o Marrocos. Com uma área de 504 030 km²,
a Espanha é, depois da França, o segundo maior país da Europa Ocidental e da União Europeia.
Devido à sua
localização, o território da Espanha foi sujeito a muitas influências externas,
muitas vezes simultaneamente, desde os tempos pré-históricos até quando a Espanha se tornou um país. Por
outro lado, o próprio país foi uma importante fonte de influência para outras
regiões, principalmente durante a Era Moderna, quando se tornou um império
mundial que
deixou como legado mais de 400 milhões de falantes do espanhol espalhados pelo
mundo.
A Espanha é uma democracia organizada sob a forma de um governo parlamentar sob uma monarquia constitucional. É um país
desenvolvido com a nono PIB nominal mais elevado do mundo e elevado padrão de vida (a Espanha possui o 23º melhor Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo).2 É um membro das Organização das Nações Unidas (ONU), da União Europeia (UE), da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), da Organização para a Cooperação
e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Etimologia
O nome Espanha deriva
de Hispania,
nome com o qual os romanos designavam geograficamente a Península
Ibérica. O nome Ibéria era o
que os gregos davam à península embora houvesse outras designações dadas pelos
povos antigos. Fato
do termo Hispania não
ter uma raiz latina resultou na formulação de diversas teorias
sobre a sua origem, algumas controversas. A opção mais aceita seria a de que o
nome Hispania provém
do fenício i-spn-ea. Os
romanos tomaram essa denominação dos vencidos cartaginenses, interpretando o prefixo i como costa, ilha ou terra,
e o sufixo ea com o
significado de região.
O lexema spn foi
traduzido como Coelhos (na
realidade Dassies, animais comuns no norte da África). O nome de Espanha, evolução da designação
do Império Romano Hispania era, até ao século
XVIII, apenas descritivo da península
Ibérica, não se referindo a
um país ou Estado específico, mas sim ao conjunto de todo o território ibérico
e dos países que nele se incluíam. A Espanha é unificada durante o Iluminismo, até então era um conjunto de reinos
juridicamente e politicamente independentes governados pela mesma monarquia. Até à
data da unificação a monarquia era formada por um conjunto de reinos associados
por herança e união dinástica ou por conquista. A forma de governo era
conhecida como aeque principaliter, os reinos eram governados cada um de forma
independente, como se tivesse cada reino o seu próprio rei, cada reino mantinha
o seu próprio sistema legal, a sua língua, os seus foros e os seus privilégios. As Leyes
de extranjeria determinavam
que o natural de qualquer um dos reinos era estrangeiro em todos os outros
reinos ibéricos. A
constituição de 1812 adopta o nome As Espanhas para
a nova nação. A
constituição de 1876 adopta pela primeira vez o nome Espanha
Os termos
"as Espanhas" e "Espanha" não eram equivalentes, e eram
usados com muita precisão. O termo As
Espanhas referia-se
a um conjunto de unidades jurídico-políticas, ou seja, referia-se a um conjunto
de reinos independentes, primeiramente apenas aos reinos cristãos da península
Ibérica, depois apenas aos reinos unidos sobre a mesma monarquia. O termo Espanha referia-se
a um espaço geográfico e cultural que englobava diversos reinos independentes.
A partir de Carlos
V o
uso do título Rei
das Espanhas, referia-se à parte da Espanha que não incluía Portugal, mas esta designação era apenas uma forma
de designar colectivamente um extenso número de reinos, uma abreviação, que não
tinha validade jurídica, para uma longa lista de títulos reais cuja forma
oficial era rei de Castela, de Leão, de Aragão, de Navarra, de Granada, de
Toledo, de Valência, da
Galiza, de Maiorca, de Menorca, de Sevilha, etc. (da mesma forma utilizava-se o
título Sua Majestade Lusitâna para o rei de Portugal, ou rei Lusitano)
O uso do da
designação de "reis de Espanha" pelos reis Fernando e Isabel foi
considerado uma ofensa pelo rei de Portugal que considerava que o nome
designava a península. A ultima vez que Portugal protestou oficialmente o
uso do termo " coroa de Espanha" ou "monarchia de Espanha"
pelo governo de Madrid foi, supõe-se, durante o Tratado
de Utrecht em
1714.
Actualmente o
nome "península hispânica" não é aceite pelos portugueses, a
designação usada é a de península
Ibérica.
A partir de 1640,
com a Restauração da Independência de Portugal, a designação "Rei da Espanha"
manteve-se, apesar de a união dinástica já não englobar toda a Península.
História
A História
da Espanha é
a própria de uma nação europeia, que compreende o período entre a pré-história
e a época atual, passando pela formação e queda do primeiro Império
espanhol.
Pré-história e
povos pré-romanos
Os primeiros
humanos chegaram à Península
Ibérica no
território da atual Espanha há 35 mil anos. Durante os milênios seguintes o
território foi invadido e colonizado por celtas,
fenícios, cartagineses, gregos e cerca de 218 a.C., a maior parte da península
Ibérica começou a formar parte do Império Romano, sendo o rio Ebro a fronteira entre a Espanha romana e
cartaginesa.
Império Romano e
Reino Visigodo
Durante a Segunda Guerra Púnica, uma expansão do Império Romano capturou colônias comerciais
cartaginesas ao longo da costa do Mediterrâneo, cerca de 210 a 205 a.C. Os
romanos levaram quase dois séculos para completar a conquista da península
Ibérica, apesar de terem o controle de boa parte dela há mais de 600 anos. O
domínio romano era unido pela lei, idioma e as estradas romanas.
As culturas das
populações celtas e ibéricas foram gradualmente romanizadas (latinizadas) em diferentes níveis e em
diferentes partes da Hispania. Os líderes locais foram
admitidos na classe aristocrática romana. A Hispania serviu
como um celeiro para o mercado romano e seus portos exportavam ouro, lã, azeite e vinho.
A produção agrícola aumentou com a introdução de projectos de irrigação, alguns dos quais permanecem em uso. Os
imperadores Trajano, Teodósio I e do filósofo Sêneca nasceram na Hispânia. O cristianismo foi introduzido na província no século I d.C. e
tornou-se popular nas cidades no século II d.C. O
recorde de Espanha, línguas actuais e religião, e a base das suas leis, se
originam a partir deste período.
O
enfraquecimento da jurisdição do Império Romano do Ocidente em Hispania começou
em 409, quando os povos
germânicos suevos evândalos, juntamente com os alanos sármatas cruzaram o Reno e devastaram a Gália, até os visigodos atacarem a Ibéria no mesmo ano. O suevos estabeleceram um
reino no que hoje é a moderna Galiza e o Norte de Portugal. À medida que o império ocidental se
desintegrava, a base social e econômica tornou-se bastante simplificada, mas
ainda de forma modificada, os regimes sucessores mantiveram muitas das
instituições e das leis do Império, incluindo o cristianismo.
Os aliados dos
alanos, os vândalos hasdingi, estabeleceram um reino na Gallaecia, também, ocupando grande parte da
mesma região, mas indo mais ao sul do rio Douro. Os vândalos silingi ocuparam a região que ainda tem o seu
nome - Vandalusia,
a moderna Andaluzia, na Espanha. Os bizantinos estabeleceram um enclave, Espânia, no
sul, com a intenção de reviver o Império Romano ao longo da Península Ibérica.
Eventualmente, entretanto, Hispania foi reunida sob o domínio visigótico.
Ibéria muçulmana e
Reconquista
No século VIII,
quase toda a Península Ibérica foi conquistada (711-718) em grande parte por exércitos de mouros muçulmanos do norte da África. Essas conquistas fizeram parte da expansão
do Califado Omíada. Apenas uma pequena área na montanhosa
noroeste da península conseguiu resistir à invasão inicial.
Sob a lei islâmica, os cristãos e os judeus receberam o estatuto subordinado de dhimmi. Esse estatuto permitia que cristãos e judeus
praticassem suas religiões como povos do livro, mas eles eram obrigados a pagar um imposto
especial e sujeito a certas discriminações. A conversão ao islamismo prosseguiu a um ritmo cada vez maior. Acredita-se
que os muladis (muçulmanos de origem étnica ibérica)
compreendiam a maioria da população de Al-Andalus até o final do século
X.
A comunidade
muçulmana na Península Ibérica era diversificada e atormentado por tensões
sociais. O povos berberes do Norte de África, que tinha fornecido a
maior parte dos exércitos invasores, entraram em choque com a liderança árabe do Oriente Médio. Ao longo do tempo, grandes populações
árabes se estabeleceram, especialmente no vale do rio Guadalquivir, a planície costeira de Valência e no vale do rio Ebro (no final deste período) na região
montanhosa de Granada.
Córdova, a capital do califado, era a maior, mais rica e sofisticada
cidade na Europa Ocidental. O comércio e o intercâmbio cultural do Mediterrâneo floresceram. Os muçulmanos importaram uma
rica tradição intelectual do Oriente Médio e do Norte da África. Estudiosos
muçulmanos e judeus desempenharam um papel importante na renovação e ampliação
da aprendizagem clássica grega na Europa Ocidental. As culturas romanizados da Península Ibérica interagiram com
culturas muçulmanas e judaicas de formas complexas, dando assim a região uma
cultura distinta.
No século XI, os
territórios muçulmanos fragmentaram-se em reinos taifas rivais, permitindo aos pequenos Estados cristãos a oportunidade de ampliar
enormemente seus territórios. A chegada das seitas islâmicas
dominantes da Almorávidas e Almóadas, do Norte da África, restauraram a unidade
sobre os reinos muçulmanos, com uma aplicação mais rigorosa e menos tolerante
do islã, e trouxe uma recuperação das fortunas
muçulmanas. Este Estado islâmico re-unido, experimentou mais de um século de
sucessos que reverteram parcialmente as vitórias cristãs.
As contínuas
disputas entre muçulmanos e cristãos tiveram como consequência a Reconquista, começando no século
VIII com
a resistência cristã no norte da Espanha e através dos séculos seguintes com o
avanço dos reinos cristãos ao sul, culminando com a conquista de Granada e com a expulsão dos últimos mouros em 1492.
Durante este período os reinos e principados cristãos se desenvolveram
notavelmente, incluídos os mais importantes, a Coroa de Castela e o Reino de Aragão. A união destes dois reinos através do
casamento em 1469 da Rainha Isabel
I de Castela e o Rei Fernando II de Aragão levou à criação do Reino da Espanha.
Império
A unificação das
coroas de Aragão e Castela lançou as bases para a Espanha moderna e
para o Império Espanhol. A Espanha era a maior potência da
Europa durante o século
XVI e
a maior parte do século
XVI, uma posição reforçada pelo comércio e pela riqueza de suas possessões
coloniais. Ela atingiu o seu apogeu durante os reinados dos dois primeiros habsburgos espanhóis - Carlos
I (1516-1556)
e Filipe II (1556-1598). Este período foi marcado pelas Guerras Italianas, Revolta dos Comuneiros, Revolta Holandesa, Rebelião das Alpujarras,conflitos com os otomanos, a Guerra Anglo-Espanhola e as guerras com a França.
O Império
Espanhol se
expandiu até incluir grande parte da América, ilhas na região Ásia-Pacífico, áreas da Itália, cidades do Norte de África, bem como partes do que hoje são parte de França, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo e Países Baixos. Foi o primeiro império do qual se dizia
que "o Sol nunca se punha".
A chamada "Era dos Descobrimentos" foi marcada por explorações ousadas por mar e por terra, a abertura
de novas rotas comerciais pelos oceanos, conquistas e os primórdios do colonialismo europeu. Junto com a chegada dos metais
preciosos, especiarias, luxos e novas plantas agrícolas, exploradores espanhóis
trouxeram o conhecimento do Novo Mundo e desempenharam um papel de liderança na
transformação da compreensão europeia do mundo. O
florescimento cultural testemunhado é agora referido como o "Século de Ouro Espanhol". A ascensão do humanismo, da Reforma
Protestante e
de novas descobertas geográficas levantaram questões abordadas pelo movimento
influente intelectual agora conhecida como a Escola
de Salamanca.
Com a morte de Carlos II, a dinastia de Habsburgo se extinguiu, para deixar lugar aos Borbões,
após a Guerra de Sucessão. Como consequência dessa guerra, a Espanha perdeu sua preponderância
militar e, após sucessivas bancarrotas, o país foi reduzindo paulatinamente seu
poder, convertendo-se, no final do século XVIII, em uma potência menor.
Domínio
napoleônico e Guerra Hispano-Americana
O século XIX foi
testemunha de grandes mudanças na Europa, acompanhadas pela Espanha. Na
primeira parte desse século, a Espanha sofreu a independência da maioria de
suas colônias no Novo Mundo. O século também esteve marcado pelas
intervenções estrangeiras e os conflitos internos. Napoleão chegou a colocar seu irmão José Bonaparte no governo da Espanha. Após a expulsão dos
franceses, a Espanha entrou em um extenso período de instabilidade: se
sucederam continuas lutas entre liberais, republicanos e partidários do Antigo Regime.
A chegada da Revolução Industrial nas últimas décadas do século, levou algo de
riqueza a uma classe média que se ampliava em alguns centros
principais, porém a Guerra Hispano-Americana, em 1898 levou à perda de quase todas as colônias
restantes, restando apenas os territórios na África.
Apesar de um
nível de vida crescente e uma integração maior com o resto de Europa, no
primeiro terço do século
XX, seguiu a instabilidade política. Espanha permaneceu neutral durante a Primeira Guerra Mundial.
Guerra Civil
O século XX
trouxe um pouco de paz; a Espanha desempenhou um papel menor na partilha
da África, colonizando o Sahara Ocidental, Marrocos Espanhol e a Guiné
Equatorial. As pesadas
perdas sofridas durante a guerra do Rif, no Marrocos, ajudaram a minar a monarquia.
Um período de governo autoritário do general Miguel Primo de Rivera (1923-1931) terminou com o estabelecimento
da Segunda República Espanhola. A República ofereceu autonomia política ao País Basco, Catalunha e à Galiza e deu direito de voto às mulheres.
Então, em 1936,
a Guerra Civil Espanhola (1936-39) iniciou-se. Três anos mais tarde,
as forças nacionalistas, lideradas pelo general Francisco Franco, saíram vitorioso com o apoio da Alemanha nazista e da Itália fascista. A Frente Popular governista foi apoiada pela União
Soviética, o México e pelas Brigadas Internacionais, mas não foi apoiada oficialmente pelas potências ocidentais, devido à política britânica, liderada pelos Estados Unidos, de não intervencionismo.
A Guerra Civil
tirou a vida de mais de 500.000 pessoas e causou a fuga de cerca de meio milhão
de cidadãos espanhóis. A maioria de seus descendentes vivem agora em países
da América Latina, com cerca de 300.000 apenas na Argentina.
Franquismo
O Estado espanhol estabelecido por Francisco Franco após a Guerra Civil foi nominalmente neutro
na Segunda Guerra Mundial, embora fosse simpático às Potências
do Eixo. O único partido
legal sob o regime pós-guerra civil de Franco era o Falange Española Tradicionalista
y de las JONS, formado
em 1937. O partido enfatizava o anti-comunismo, o catolicismo e o nacionalismo. Dada a oposição à Franco de partidos
políticos concorrentes, o partido passou a se chamar Movimento Nacional (Movimiento Nacional)
em 1949.
Após a Segunda
Guerra Mundial, a Espanha ficou isolada politicamente e economicamente e foi
mantida fora das Nações
Unidas. Isso mudou em 1955,
durante o período da Guerra Fria, quando o país se tornou estrategicamente
importante para os Estados Unidos para estabelecer sua presença militar na Península
Ibérica como
base para qualquer possível transferência pela União
Soviética para
a bacia do Mediterrâneo. Na década de 1960, a Espanha registrou uma
taxa sem precedentes de crescimento econômico no que ficou conhecido como o milagre espanhol, que retomou a transição, bastante interrompida, para uma economia
moderna.
Período
contemporâneo
Com a morte de
Franco, em novembro de 1975, Juan Carlos assumiu o cargo de Rei de Espanha e de chefe de Estado, em conformidade com a lei. Com a aprovação
da nova Constituição espanhola de 1978 e a restauração da democracia, o Estado descentralizou muito da sua
autoridade para as regiões com governo local e criou uma organização interna
baseada em comunidades autónomas.
No País Basco, o nacionalismo moderado tem coexistido com um movimento radical
nacionalista liderado pela organização armada Euskadi Ta Askatasuna (ETA). O grupo foi formado em 1959 durante o
governo de Franco, mas continuou a travar a sua violenta campanha mesmo após a
restauração da democracia e do retorno de um elevado grau de autonomia
regional.
Em 23 de
fevereiro de 1981, elementos rebeldes entre as forças de segurança apreenderam Cortes
em uma tentativa de impor um governo militar apoiado pelos Estados Unidos. O
Rei Juan Carlos assumiu o comando pessoal dos militares e, com êxito, ordenou
que os golpistas, através da televisão nacional, se rendessem.
Em 30 de maio de
1982 a Espanha aderiu à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), após um referendo. Nesse ano, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) chegou ao poder, o primeiro governo
de esquerda em 43 anos. Em 1986 a Espanha aderiu à Comunidade
Europeia, que
posteriormente tornou-se a União Europeia (UE). O PSOE foi substituído no governo pelo Partido Popular (PP) em 1996.
Em 1 de janeiro
de 2002, a Espanha deixou de usar a peseta como moeda e substituí-a pelo euro,
que compartilha com outros 15 países da zona euro. O país experimentou um forte crescimento
econômico, bem acima da média da UE, mas as preocupações divulgadas e emitidas
por muitos comentaristas econômicos no auge do boom dos
preços imobiliários e dos elevados défices de comércio exterior de que o país
estava susceptível a passar por um doloroso colapso econômico foram confirmadas
por uma grave recessão que assola o país desde 2008.
Em 11 de março
de 2004, uma série de bombas explodiram em trens de Madrid.
Depois de um julgamento de cinco meses em 2007, concluiu-se os atentados foram
perpetrados por um grupo islâmico militante local inspirado pela organização Al-Qaeda. As explosões mataram 191 pessoas e
feriram mais de 1800, e a intenção dos autores do atentado
terrorista podem
ter sido influenciadas o resultado da eleição geral espanhola, realizada três
dias depois.
Embora as
suspeitas iniciais tenham-se focado no grupo basco ETA, logo surgiram
evidências indicando um possível envolvimento de grupos extremistas islâmicos.
Devido à proximidade da eleição, a questão da responsabilidade rapidamente se
tornou uma controvérsia política, com os principais partidos concorrentes, PP e
PSOE, trocando de acusações sobre a manipulação do resultado. Em 14
de março de eleições, o PSOE, liderado por José Luis Rodríguez Zapatero, obteve uma pluralidade suficiente para formar um novo gabinete,
portanto, suceder a administração anterior do PP.
Nas eleições de 20 de novembro de 2011 o partido liderado por Mariano Rajoy obteve mais de 10 800 000 votos
e elegeu 186 deputados, conquistando a maioria absoluta e o melhor resultado de
sempre do Partido Popular, que voltou ao poder.
Geografia
Situada na Europa Ocidental, a Espanha ocupa a maior parte da Península
Ibérica e,
fora dela, dois arquipélagos principais (Ilhas Canárias no Oceano
Atlântico e
as Ilhas Baleares no Mar
Mediterrâneo), duas cidades
(Ceuta eMelilla, no Norte da África), a Ilha de Alborão e uma série de ilha e ilhotas que se encontram frente às costas
peninsulares, como as Ilhas Columbretes. Ademais, consta de possessões menores continentais, como as Ilhas Chafarinas, o Ilhote de Vélez de la Gomera e o Ilhote
de Alhucemas, todas elas
frente à costa africana.
Em extensão
territorial, é o quarto maior país da Europa,
atrás apenas da Rússia
(que é o maior país do
mundo, tendo em conta apenas a
parte europeia), Ucrânia e França, e o segundo maior da União Europeia, atrás apenas da França.
Os limites
físicos da Espanha são os seguintes: Portugal e Oceano
Atlântico a
oeste; o Mar
Mediterrâneo a leste, o Estreito de Gibraltar, Mar Mediterrâneo e Oceano Atlântico a sul; e os Pireneus, junto com o Golfo da Biscaia e o Mar Cantábrico a norte.
Clima
A Espanha tem um
clima variado ao longo do seu território. Predomina o tipo mediterrânico em quase toda a sua geografia. As costas
mediterrânicas do sul e o vale do Rio Guadalquivir têm um clima denominado mediterrânico
costeiro: temperaturas e precipitações suaves quase todo o ano, exceto no verão.
À medida que se
avança para o interior, o clima é mais extremo, passando o clima a ser do tipo
clima mediterrânico continental, predominante em quase toda a península:
temperaturas altas no verão, baixas no inverno e precipitações irregulares
(dependendo da posição geográfica).
Meio ambiente
Desde 1996 o
índice de emissões de CO2 subiu notavelmente na Espanha, descumprindo
os objetivos do Protocolo
de Quioto sobre
emissões geradoras do efeito estufa e contribuintes da mudança climática. Ban Ki-moon, secretário geral da ONU,
pediu à Espanha uma ‘‘liderança mais ativa’‘ na luta contra a mudança
climática.
A Espanha é um
país especialmente afetado pelo fenômeno da seca:
durante o período 1880-2000, mais da metade dos anos foram classificados como
secos ou muito secos. Sete anos da década dos 80 e cinco da década de 90 foram
considerados secos ou muito secos. A mudança climática prevê para a Espanha
gravíssimos problemas meio ambientais, agravando as características mais
extremas.
Segundo Al Gore, a Espanha é o país europeu mais vulnerável ao efeito estufa.
Demografia
Em 2012, a
população de Espanha oficialmente alcançou os 47 milhões de pessoas, conforme
registrado peloPadrón municipal. A densidade populacional do país, em 91
hab./km², é menor do que a da maioria dos países da Europa Ocidental e sua distribuição através do país é
bastante desigual. Com exceção da região do entorno da capital, Madrid,
as áreas mais povoadas ficam em torno da costa. A população da Espanha mais que
dobrou desde 1900, quando se situava em 18,6 milhões, principalmente devido ao
espetacular crescimento demográfico vivido pelo país na década de 1960 e início
de 1970.
Os espanhóis nativos compõem 88% da população total da
Espanha. Depois da taxa
de natalidade ter caído na década de 1980, a taxa de
crescimento populacional da Espanha diminuiu, mas a população novamente cresceu
baseada inicialmente no regresso de muitos espanhóis que emigraram para outros
países europeus durante os anos 1970 e, mais recentemente, alimentada por um
grande número de imigrantes que constituem 12% da população. Os imigrantes são
originários principalmente na América Latina (39%), Norte da África (16%), Europa Oriental (15%) e África
subsaariana (4%). Em
2005, a Espanha instituiu um programa de anistia de três meses através do qual
foi concedida residência legal à imigrantes ilegais.
Em 2008, o país
concedeu a cidadania a 84 170 pessoas, principalmente para pessoas
vindas do Equador, Colômbia e Marrocos. Uma parte considerável dos residentes
estrangeiros na Espanha também vêm de outros países da Europa Ocidental e Central. Estes são em sua maioria britânicos, franceses, alemães, holandeses e noruegueses. Eles residem principalmente na costa do
Mediterrâneo e nas ilhas Baleares, onde muitos escolhem para viver sua
aposentadoria.
Populações
substanciais descendentes de colonos espanhóis e imigrantes existem em outras
partes do mundo, notadamente na América Latina. Começando no final do século
XV, um grande número de colonos ibéricos estabeleceram-se no que se tornou a
América Latina e no momento a maior parte dos latino-americanos brancos (que representam cerca de um terço da
população da América Latina) são de origem espanhola ou portuguesa. No século XVI, estima-se que 240 000 espanhóis
emigraram, principalmente para Peru e México. Eles se juntaram a 450.000 que
emigraram no século seguinte. Entre 1846 e 1932 estima-se que cerca
de 5 milhões de espanhóis emigraram para a América, especialmente para Argentina e Brasil. Cerca
de dois milhões de espanhóis migraram para outros países da Europa Ocidental
entre 1960 e 1975. Durante o mesmo período, cerca de 300 000 foram
para a América Latina.
Imigração e
migração
Os movimentos
migratórios, tanto internos
quanto externos, foram determinantes na composição demográfica moderna da
Espanha. Entre o final do século XIX e
início doséculo XX, houve uma significativa corrente imigratória da Espanha
para países ibero-americanos. Entre os principais destinos estavam Cuba, Porto Rico, Argentina e Venezuela. A densidade populacional da Espanha é
menor que a da maioria dos países europeus. As populações rurais estão se
movendo para as cidades. Nos últimos anos a Espanha apresenta uma considerável
diminuição na taxa de imigração neta, deixando de possuir a maior taxa de imigração de Europa (em 2005 de 1,5% anual somente
superado na UE pelo Chipre)51 atualmente sua taxa de imigração neta chega
a 0,99%, ocupando a 15ª posição na União Europeia. Além disso, o 9° país com maior percentagem
de imigrantes dentro da UE, abaixo de países como Luxemburgo, Irlanda, Áustria e Alemanha.
Em 2005 a
Espanha recebeu 38,6% da migração para a União Européia, principalmente de
cidadãos de origem latino-americana, de outros países da Europa Ocidental, da Europa Oriental e do Magrebe. A população estrangeira na Espanha em 2007
cifrava-se em 4 144 166, um incremento de 11,1% em reação ao ano anterior. Este
valor representa 9,3% dos 44 708 964 habitantes na Espanha. A
comunidade marroquina, com 563 mil residentes, é a mais numerosa,
seguindo-se os equatorianos (461 mil), romenos (407 mil) ebritânicos (274 mil).
Idiomas
A Espanha é
abertamente um país multilingue. O idioma oficial e o mais falado no
conjunto da Espanha, por 98.9% da população, é o espanhol, língua materna de
89% dos espanhóis, que
pode receber a denominação alternativa de castelhano. A estimativa do número de falantes em
todo o mundo vai desde os 450 aos 500 milhões de
pessoas, sendo a segunda língua materna mais falada depois do Chinês. Há previsões que se torne a segunda
língua de comunicação internacional depois do inglês no futuro, e, após este, é a segunda língua
mais estudada.
Além disso,
falam-se outras línguas que podem ser oficiais em suas regiões, de acordo com a
Constituição e os Estatutos de Autonomia de cada Comunidade Autônoma, e co-oficiais
para o resto do país. Ordenadas por número de falantes, estas Línguas são:
Catalão (entre 9% e 17% da população), oficial na Catalunha e nas Ilhas Baleares e, sem estatuto oficial, na chamada "Faixa de Aragão" e na comarca de "El Carche", em Múrcia. Oficialmente, se denomina valenciano na Comunidade Valenciana, onde também é oficial.
Galego (entre 5% e 7% da população), oficial na Galiza.
É falado também em algumas zonas das províncias de Astúrias, Leãoe Zamora,
sem estatuto de oficialidade.
Basco (1% da população), oficial no País Basco e terço norte de Navarra, onde se denomina estatutariamente
"Euskera". É falado também na chamada zona mista de Navarra (onde o
basco, sem ser oficial, tem certo reconhecimento) e de forma muito residual no
resto de Navarra (sul).
Também se falam
uma série de línguas ou dialetos românicos que não tem estatuto de língua oficial: o asturiano, falado nas Astúrias (chamado Bable), Leão, Zamora (chamado "leonês"), Salamanca e Estremadura71 (chamado "estremenho") e o aragonês no norte de Huesca.
O aranês, variante do occitano, é considerado co-oficial na Catalunha, onde é falado nos municípios do Vale de Arão (Lérida).
Igualmente, o português é falado em algumas localidades fronteiriças
estremenhas, principalmente por portugueses ali residentes.
A Espanha
ratificou em 9 de abril de 2001 a Carta Europeia das Línguas
Minoritárias ou Regionais do Conselho Europeu.
Religião
O artigo 16.3 da Constituição Espanhola vigente define o país como um Estado sem
confissão: ‘‘Nenhuma confissão terá caráter estatal‘‘. Porém, é
garantida a liberdade religiosa e de culto dos indivíduos e é assegurada uma
relação de cooperação entre os poderes públicos e todas as confissões
religiosas.
O catolicismo é a religião predominante no país. A Igreja Católica é a única mencionada expressamente na
Constituição, no mesmo artigo 16.3: ‘‘… e manterão as conseguintes religiões
de cooperação com a Igreja Católica e as demais confissões‘‘. 77,3% dos
espanhóis se consideravam católicos, segundo um estudo do Centro de
Investigações Sociológicas realizado em 2007.
Seguindo aos
católicos, o ateísmo e o agnosticismo supõe 18,9% e outras religiões minoritárias
1,7%. não
obstante, a percentagem de praticantes é menor. Segundo o mesmo estudo, do
total, 18,5% vai a missa de forma regular: 2,3% vão à missa várias
vezes na semana, e 16,2% aos domingos e dias festivos. Este grupo cumpre as
disposições da própria Igreja Católica sobre fluência. Também existem 11,3% que
vão algumas vezes ao mês. Perfazendo um total de 48,3% de frequentadores
regulares às missas.
A segunda
religião em número de membros é a muçulmana. Calcula-se que há cerca de 800 000 fiéis,
vindos fundamentalmente das recentes ondas de imigração. Há também um número
crescente de igrejas protestantes, que somam cerca de 400 000 fiéis
(a estatística própria dos protestantes em Espanha indica 1 200 000,
dos quais 400 000 são
espanhóis e o resto são estrangeiros que residem na Espanha durante pelo menos
seis meses ao ano). Em
terceiro lugar vêm as Testemunhas de Jeová com 103 784 fiéis e logo após, com cerca de 20 000 fiéis,
o mormonismo. A comunidade judia na Espanha não supera
os 15 000 fiéis.
Política
A Espanha é uma monarquia parlamentar, com um monarca hereditário que exerce como Chefe de Estado – o Rei da Espanha, e um parlamento bi-cameral, as Cortes Generales.
O poder executivo é formado por um Conselho de Ministros
presidido pelo Presidente do Governo, que exerce como Chefe de Governo, e o poder judicial está formado pelo conjunto de Juizados e
Tribunais, integrado por Juízes e Magistrados, que têm a potestade de
administrar justiça em nome do Rei.
O poder legislativo se estabelece nas Cortes Gerais, que é o
órgão supremo de representação do povo espanhol. As Cortes Gerais são compostas
de uma câmara baixa, o Congresso dos Deputados, e uma câmara alta, o Senado.
O Congresso dos
Deputados é formado por 350 membros eleitos por votação popular, em listas
fechadas e através de representação proporcional mediante circunscrições
provinciais, para servir em legislaturas de quatro anos. O sistema não é absolutamente
proporcional, já que existe um número mínimo de cadeiras por circunscrição (3)
e se usa um sistema proporcional levemente corrigido para favorecer as listas
majoritárias (o Sistema d'Hondt).
O Senado possui
259 membros, dos quais 208 são eleitos diretamente mediante voto popular, por
circunscrições provinciais, em cada uma das quais se elegem 4 senadores, seguindo
um sistema majoritário (3 para a lista majoritária, 1 para a seguinte), exceto
nas Ilhas Baleares e nas Ilhas Canárias, onde cada circunscrição é uma ilha. Os
outros 51 são designados pelos órgãos regionais para servir, também, por
períodos de quatro anos.
Na Espanha o
sistema de votação é diferente de países como o Brasil:
não se vota no candidato, mas sim no partido, que já tem listas provinciais
predefinidas. À medida que cada partido recebe seus votos, os integrantes da
lista vão sendo eleitos.
Em 2011, uma
série de protestos pede uma democracia direta e mais livre no país.
Relações
internacionais
O único litígio
internacional diz respeito ao município de Olivença. Português desde 1297, o município de
Olivença foi cedido à Espanha no âmbito do Tratado de Badajoz, em 1801, após a Guerra
das Laranjas. Portugal
alegou que lhe pertencia, em 1815, no âmbito doTratado de Viena. No entanto, as relações diplomáticas
bilaterais entre os dois países vizinhos são cordiais, bem como no âmbito da
União Europeia.
O Tratado de Alcanizes, de 1297, estabelecia Olivença como parte de Portugal. Em 1801, através
do Tratado de Badajoz, denunciado em 1808 por Portugal, o território foi
anexado a Espanha. Em 1817 a Espanha reconheceu a soberania portuguesa
subscrevendo o Congresso
de Viena de
1815, comprometendo-se à retrocessão do território o mais prontamente possível.
Forças armadas
As forças armadas da Espanha são conhecidas como as Forças Armadas
Espanholas (em espanhol: Fuerzas Armadas
Españolas). Seu comandante-em-chefe é o rei da Espanha, Juan Carlos I.
As Forças
Armadas espanholas estão divididas em três ramos:
Exército
(Ejército de Tierra)
Marinha
(Armada)
Força Aérea (Ejército del Aire)
Subdivisões
Desde a Constituição de 1978 que a Espanha está dividida em 17
Comunidades Autônomas e as duas cidades autônomas de Ceuta e Melilla, gozando estas de estatuto
intermediário entre o município e a Comunidade. Das 17 comunidades autônomas,
quatro delas (Galiza, País Basco, Andaluzia e Catalunha) possuem condição de "Nacionalidades Históricas" reconhecidas na Constituição,
juntamente com um "Estatuto de autonomia", o que reverte num maior
poder e capacidade de decisão e soberania com respeito às outras comunidades.
As Comunidades
dividem-se ainda em cinquenta províncias.
Estado das
Autonomias
A Espanha é na
atualidade o que se denomina um "Estado de Autonomias", um país
formalmente unitário, mas que funciona como uma federação descentralizada de comunidades autônomas, cada uma delas com diferentes níveis de autonomia. As diferenças
dentro deste sistema são provocadas pelo processo de transferência de
responsabilidades do governo central para as regiões foi pensado em um
princípio como um processo, que garantisse um maior grau de autonomia somente
àquelas comunidades que buscavam um tipo de relação mais federalista com o
resto da Espanha (as chamadas comunidades autônomas de regime
especial: Andaluzia, Catalunha, Galiza,
Navarra e País Basco).
Por outro lado, o resto de comunidades autônomas (comunidades autônomas de
regime comum) teria uma menor autonomia. Porém, estava previsto que ao
longo dos anos, estas comunidades fossem adquirindo gradativamente maior
autonomia.
Hoje em dia, a
Espanha está considerada como um dos países europeus mais descentralizados,
pois todos os seus diferentes territórios administram de forma local seus
sistemas de saúde e educativos, assim como alguns aspectos do orçamento
público; alguns deles, como o País Basco e Navarra, administram seu orçamento
sem praticamente contar, excetuado em alguns aspectos, com a supervisão do
governo central espanhol. Catalunha, Navarra e o País Basco possuem suas
próprias polícias totalmente operativas e completamente
autônomas. Excetuando Navarra (cuja polícia se chama Policía
Foral de Navarra), tanto a policia da Catalunha (Mossos d'Esquadra)
como a polícia do País Basco (Ertzaintza) substituem as funções da
Polícia Nacional da Espanha em seus respectivos territórios. Navarra ainda está
em processo de transferência de funções.
Movimentos
separatistas
Existem na
Espanha diversos movimentos políticos de posição separatista, ligados a nacionalismos periféricos, como o nacionalismo basco, o
nacionalismo galego, o nacionalismo catalão, que reclamam a independência da
Espanha dos territórios em que são ativos. Estes movimentos acontecem na Catalunha, Galiza, Navarra e no País Basco,
onde existem partidos explicitamente separatistas como a "União do Povo Galego" (UPG), "Esquerda Republicana de
Catalunya",
"Aralar", o "Eusko Alkartasuna", assim como os seguidores
da chamada "esquerda
abertzale" que
não se desvinculam do ETA (sua última denominação formal é Batasuna, partido ilegalizado em Espanha, mas
legal em França). Por outro lado, partidos como o "Bloco Nacionalista Galego" (BNG), "Partido Nacionalista Basco" (PNV) e "Convergència i Unió" (CiU)
oscilam entre posturas autonomistas e abertamente separatistas.
Economia
A economia mista capitalista da Espanha é a décima segunda maior economia
do mundo em PIB (PPC), a nona maior por PIB nominale a quinta maior na União Europeia, bem como a quarta maior da Zona Euro. O país é também o terceiro maior investidor do
mundo.
O governo de centro-direita do ex-primeiro-ministro José
María Aznar teve
sucesso para ser admitido no grupo de países que lançaram o euro em 1999. A taxa de desemprego situava-se em 7,6% em outubro de 2006, uma
taxa que comparavelmente favorável a de muitos outros países europeus e especialmente com o início dos anos 1990 quando se situava em mais de 20%. Os pontos
fracos perenes da economia
espanhola incluem
alta inflação, uma grande economia informal e um sistema educativo que os relatórios da
OCDE classificam entre os piores entre os países desenvolvidos, em conjunto com os Estados Unidos e o Reino Unido.
No entanto, a bolha imobiliária que começou a se formar a partir de 1997,
alimentada por taxas de juros historicamente baixas e uma onda imensa de imigração, implodiu em 2008 e levou a economia a um
rápido enfraquecimento e a um aumento do desemprego. Até o final de maio de 2009, o desemprego
atingiu 18,7% (37% para os jovens).
Antes da atual
crise, a economia espanhola era creditada por ter evitado uma taxa de crescimento
virtual zero como alguns de seus maiores parceiros na União Europeia
apresentaram. Na
verdade, a economia do país criou mais de metade de todos os novos postos de
trabalho na União Europeia durante cinco anos até 2005, um processo que está
sendo rapidamente revertido. A economia espanhola, até pouco tempo,
era considerada uma das mais dinâmicos da União Europeia, atraindo uma
quantidade significativa de investimentos estrangeiros.
O crescimento
econômico mais recente foi grandemente beneficiado pelo boom imobiliário
mundial, com o setor de construção
civil representando
surpreendentes 16% do PIB do país e 12% dos empregos no seu último ano.
Segundo cálculos
do jornal alemão Die Welt, a Espanha estava a caminho de ultrapassar
países como a Alemanha em renda per capita até 2011. No entanto, o PIB per capita da Espanha
ainda era inferior à média da União Europeia, que era de US$ 29.875 dólares em 2010, tornando-se o
segundo mais baixo da Europa Ocidental, depois do de Portugal. O lado negativo do agora extinto boom
imobiliário é também um correspondente aumento nos níveis de endividamento
pessoal: o nível médio de endividamento das famílias triplicou em menos de uma
década. Isto pôs grande pressão em cima de uma renda mais baixa para os grupos
de renda média; até 2005, o nível médio de endividamento em relação a renda
havia crescido para 125%, devido principalmente ao boom de hipotecas caras, que hoje muitas vezes excedem o valor
da propriedade.
De 1869 a 2002,a
moeda da Espanha foi a peseta. O país é um dos membros fundadores do euro que
entrou em circulação em 2002. As moedas de euro espanholas designadas para
circulação mostram a efígie do Rei Juan Carlos.
Em 2008/2009, o
arrocho do crédito e a recessão mundial manifestaram-se na Espanha através de
uma enorme recessão no setor imobiliário. Contudo, os bancos da Espanha e os
serviços financeiros evitaram os problemas mais graves dos seus congéneres nos Estados Unidos e no Reino Unido, devido principalmente a um regime
financeiro conservador e regulamentado rigorosamente respeitado. Na verdade, o
maior banco da Espanha, o Banco Santander, participou da ajuda do governo do Reino
Unido ao setor bancário britânico.
A Comissão
Europeia previu
que a Espanha iria entrar em recessão
econômica até
o final de 2008. Segundo
o Ministro das Finanças da Espanha, "a Espanha enfrenta a sua pior
recessão em meio século".
Turismo
Durante
as últimas quatro décadas, a indústria
turística espanhola cresceu e se tornou a segunda maior do mundo,
alcançando o valor de cerca de 40 bilhões de euros, cerca de 5% do PIB do país, em 2006. Hoje, o clima da Espanha, a história e
os monumentos culturais e sua posição geográfica, juntamente com as suas
instalações, fazem do turismo uma das principais indústrias nacionais da
Espanha e uma grande fonte de emprego estável e de desenvolvimento.
Infraestrutura
Energias
renováveis
O território
espanhol carece de petróleo, o que faz das fontes
alternativas de energia um fator estratégico para o país, sendo registrados
importantes recordes pela Espanha. Em 2010, os espanhóis superaram os Estados Unidos como líderes mundiais em energia solar, com uma planta de grande potência na
estação chamada La Florida,
perto de Alvarado, Badajoz. Em 2009, mais de 50% da energia
produzida em Espanha foi gerada por moinhos de vento e o registro de maior produção total de energia eólica foi alcançado com11 546 megawatts.
Transportes
O sistema viário
principal espanhol é centralizado, com 6 auto-estradas ligando Madrid ao País Basco, Catalunha, Valência, Andaluzia Ocidental, Estremadura e Galiza.
Além disso, existem auto-estradas ao
longo das costas do Atlântico (Ferrol a Vigo),
Cantábria (Oviedo para San Sebastián) e Mediterrâneo (Girona para Cádis).
A Espanha tem
atualmente um total de 1 272 km de comboio de alta velocidade que ligam Málaga, Sevilha, Madrid, Barcelona e Valladolid. Se os objetivos do ambicioso programa AVE (comboios de alta velocidade espanhóis)
forem cumpridos, em 2020, a Espanha terá 7 000 km de
trens de alta velocidade que ligarão quase todas as cidades da província
de Madrid em
menos de 3 horas e Barcelona, dentro de 4 horas.
O aeroporto mais
movimentado na Espanha é o Aeroporto de Madrid-Barajas, com 50,8 milhões de passageiros em 2008, sendo 11º aeroporto mais
movimentado do mundo. O Aeroporto de Barcelona também é importante, com 30 milhões de
passageiros em 2008. Outros aeroportos estão localizados em Gran Canaria, Málaga, Valência, Sevilha, Maiorca, Alicante e Bilbau.
A Espanha
pretende colocar um milhão de carros elétricos na estrada até 2014, como parte
do plano do governo para economizar energia e aumentar a eficiência energética. O
Ministro da Indústria, Miguel Sebastian, disse que "o veículo elétrico é o
futuro e o motor de uma revolução industrial."
Cultura
A Espanha é
conhecida pelo seu patrimônio cultural diversificado, tendo sido influenciado
por muitas nações e povos ao longo de sua história. A cultura espanhola tem
suas origens nas culturas ibérica, celta, celtibera, latina, visigótica, católica romana, e islâmica.
A definição de
uma cultura nacional espanhola tem sido caracterizada pela tensão entre o estado centralizado, dominado nos últimos séculos por Castela, e muitas regiões e povos minoritários.
Além disso, a história da nação e de seu ambiente mediterrânico e atlântico
desempenharam papéis importantes na formação de sua cultura. Depois da Itália, a Espanha é o país com o maior número de Patrimônios
da Humanidade da UNESCO no mundo, com um total de 40.
Literatura
Devido à
diversidade histórica, geográfica e de gerações, a literatura espanhola tem passado por um grande número de
influências e é muito diversificada. Alguns grandes movimentos literários podem
ser identificados dentro dela.
Miguel
de Cervantes é provavelmente o autor mais famoso da
Espanha, e sua obra Dom Quixote é considerado a obra mais emblemática no
cânone da literatura espanhola e um clássico fundador da literatura ocidental.
Música e dança
A música
espanhola é muitas vezes considerada exterior como sinônimo de flamenco, um gênero musical do oeste da Andaluzia que, ao contrário da crença popular, não é
muito comum fora dessa região. Vários estilos regionais de música folclórica
abundam em Aragão, Catalunha, Valência, Castela, País Basco, Galiza e Astúrias. Pop, rock, hip hop e heavy metal também
são populares.
No campo da
música clássica, a Espanha produziu uma série de compositores notáveis como Isaac Albéniz, Manuel de Falla e Enrique Granados e cantores e artistas como Plácido Domingo, José Carreras, Montserrat
Caballé, Alicia
de Larrocha, Alfredo Kraus, Pablo Casals, Ricardo Viñes, José Iturbi, Pablo de Sarasate, Jordi Savall e Teresa Berganza. Na Espanha, existem mais de 40 orquestras
profissionais, incluindo o Orquestra Sinfônica de
Barcelona e Nacional da Catalunha, Orquestra Nacional de Espanha e a Orquestra Sinfônica de Madrid. As casas de ópera mais importantes incluem
o Teatro Real, o Gran Teatre del Liceu,
oTeatro
Arriaga, o Palácio
Euskalduna e
o Palácio das Artes Rainha Sofia.
Milhares de fãs
de música também viajam para a Espanha a cada ano para o festival de música
reconhecido internacionalmente Sónar que muitas vezes apresenta os próximos
artistas pop e techno, e Benicàssim, que tende a característica de rock alternativo e atos de dança. Ambos
os festivais marcam uma presença internacional de música e refletir o gosto dos
jovens no país.
O mais popular
instrumento musical tradicional, a guitarra, tem origem na Espanha. Típicos
do norte são os gaiteros, principalmente
nas Astúrias e Galiza.
Artes
Artistas da
Espanha têm sido altamente influentes no desenvolvimento de vários movimentos
artísticos europeus. Devido à diversidade histórica, geográfica e de gerações,
a arte espanhola tem conhecido um grande número de influências.
A herança
mourisca na Espanha, especialmente na Andaluzia, é ainda hoje evidente em
cidades como Córdova, Sevilha e Granada. Influências europeias incluem Itália, Alemanha e França, especialmente durante os períodos barroco e neoclássico.
Arquitetura
Devido à sua
diversidade histórica e geográfica, a arquitetura espanhola tem atraído a
partir de uma série de influências. Uma cidade importante da província fundada
pelos romanos e com uma infraestrutura extensa da era romana, Córdova se tornou a capital cultural,
incluindo uma arquitetura em estilo árabe, feita durante a época do Califado Omíada. A arquitetura de estilo árabe mais
tarde continuou a ser desenvolvida sob as sucessivas dinastias islâmicas,
terminando com os Nasridas, que construíram seu famoso complexo
do palácio em Granada.
Simultaneamente,
os reinos cristãos gradualmente surgiram e desenvolveram seus
próprios estilos, desenvolvendo um estilo
pré-românico, quando por um
tempo isolado das principais influências arquitetônicas contemporâneas
europeias durante o início da Idade Média, que mais tarde integraram os fluxos românico e gótico. Houve então um extraordinário florescimento
do estilo gótico, que resultou em inúmeras construções que forma sendo
construídas em todo o território. O estilo mudéjar, a partir dos séculos XII a XVII, foi
desenvolvido através da introdução de motivos de estilo árabe, padrões e
elementos em arquitectura europeia.
A chegada do modernismo na área acadêmica produziu grande parte da
arquitetura do século
XX. Um estilo influente no centro de Barcelona, conhecido como modernismo
catalão, produziu uma série
de importantes arquitetos, dos quais Gaudí é um deles. O estilo internacional foi
liderado por grupos como GATEPAC. A Espanha está atualmente a viver uma
revolução na arquitetura contemporânea e arquitetos espanhóis como Rafael Moneo, Santiago
Calatrava, Ricardo Bofill, entre outros, ganharam renome mundial.
Esportes
A Vuelta a España é um
dos principais eventos esportivos do país, que junto ao Giro d’Italia e o Tour de France, é uma das três "Grandes Voltas" do ciclismo mundial. A Vuelta teve
sua primeira edição em 1935, porém não houve edições durante a Segunda Guerra Mundial. Teve seu retorno em 1955 até atualmente. Até 2009 foram 63º edições da Vuelta
a España.
Os esportes na
Espanha são dominados, principalmente, pelo ciclismo, o futebol
(desde o século
XX), o basquete, o ténis, o andebol, e pelos esportes de motor,
principalmente o Motociclismo. A partir dos Jogos Olímpicos de 1992, disputados na cidade de Barcelona, o país entrou na elite mundial em diversos
esportes. Tem como maior ídolo no esporte Alberto Contador, da equipe Astana Pro Cycling Team. Contador é vencedor do Tour
de France 2007 e 2009, além do Giro
d'Italia 2008 e Vuelta a España também
em 2008, entre outras vitórias em voltas. É considerado o melhor ciclista da
atualidade, e um dos grandes nomes do esporte de todos os tempos. Espanha é a
atual campeã de futebol mundial, tendo vencido o Campeonato Mundial de Futebol
de 2010, na África do Sul e tornou-se a única seleção de futebol a ser campeã
do Mundo e bicampeã da Europa, tendo vencido o Campeonato Europeu de 2008,
realizado na Suíça e na Áustria e o Campeonato Europeu de 2012, realizado na
Polónia e Ucrânia.
Na Espanha se
conserva a tradição de realizar diversos espetáculos taurinos, tais como os encierros (corridas
nas quais as pessoas correm junto aos touros pelas ruas) e as ‘‘corridas de
toros’‘ (touradas), que fazem parte da identidade de
numerosas festas populares. As praças de touros com maior relevância na temporada taurina
são a de "Las
Ventas" em Madrid,
a "Monumental" em Pamplona, a "Maestranza" em Sevilha e a de Valência.
Meios de
comunicação
A televisão é o
principal meio de comunicação audio-visual do país, com emissoras nacionais,
regionais e locais. As principais emissoras são a La
1, La
2, Antena
3, Cuatro,Telecinco e La Sexta.
Na imprensa, os
principais jornais de circulação nacional são El País, El Mundo, ABC, La Razón e La Vanguardia. Na imprensa esportiva, destacam-se os
jornais Marca e As.
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